domingo, 29 de janeiro de 2012

Voar.


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Feijões ou Problemas.


Reza a lenda que um monge, próximo de se aposentar, precisava encontrar um sucessor.
Entre seus discípulos, dois já haviam dado mostras de que eram os mais aptos, mas apenas um poderia sucedê-lo. Para sanar as dúvidas, o mestre lançou um desafio, para colocar a sabedoria dos dois à prova: ambos receberiam alguns grãos de feijão que deveriam colocar dentro dos sapatos, para então empreender a subida de uma grande montanha.

Dia e hora marcados, começa a prova. Nos primeiros quilômetros, um dos discípulos começou a mancar.
No meio da subida, parou e tirou os sapatos. As bolhas em seus pés já sangravam, causando imensa dor.
Ficou para trás, observando seu oponente sumir de vista.

Prova encerrada, todos de volta ao pé da montanha, para ouvir do monge o óbvio anúncio.
Após o festejo, o derrotado aproxima-se e pergunta como é que ele havia conseguido subir e descer com os feijões nos sapatos:

- Antes de colocá-los no sapato, eu os cozinhei - foi a resposta.

Carregando feijões ou problemas, há sempre um jeito mais fácil de levar a vida.

Problemas são inevitáveis. Já a duração do sofrimento é você quem determina....
APRENDA A COZINHAR SEUS FEIJÕES!!!!

Enviado pelo Ir .’. Jorge Calmon de Passos

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Humor


Lula visita Loja Maçônica.

Reza a lenda que o Lula cismou que tinha de conhecer uma loja maçônica.

Fala daqui, fala dali conseguiu ser convidado para uma sessão magna branca
e lá foi ele, com a Dona Marisa a tiracolo, depois de ouvir por duas horas a sabatina
De seus assessores que lhe imploraram de joelhos para que ele não abrisse a boca.

A sessão correu muito bem, o evento foi um sucesso, o ágape corria solto
quando de repente ouve-se um reboliço lá no fundo.

Só se escutava o venerável desesperado, que dizia:
- Não, Não e Não Lula! Pela milésima vez: não está certo!

Rito não é o masculino de Rita;
O nome é malhete e não cacete;
A coluna do sul, mesmo cheia de "companheiros", não é uma filial do PT;
Não é possível criar uma Coluna do Nordeste;
E eu sou o Venerável!!! .......... Miserável é a PQP ! ! !

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Wingsuit .


Um macacão com asas usados por pára-quedistas para voos de alta performance. Os praticantes desta modalidade de pára-quedismo são também chamados "Bird-man" (homem pássaro). Enquanto em queda-livre sem a wingsuit a velocidade terminal é de cerca de 200 km/h com a wingsuit regula por volta de 50 km/h, com um avanço horizontal próximo a 150 km/h. Para pousar os praticantes fazem uso de um pára-quedas. As primeiras wingsuit surgiram nos anos 1930. Estes primeiros modelos eram feitos de materiais rígidos. Entre 1930 e 1961, 72 dos 75 pioneiros no vôo com wingsuit morreram testando wingsuits

Outro tipo ou modelo de macacão que esta sendo testado è o chamado Wingpack, que seria em uma asa rígida de fibra de carbono. Este modelo intermediário entre uma asa delta e um wingsuit, pode chegar a ter uma eficiência 6 e permite ainda carregar oxigênio e outros materiais. Em 31 de Julio 2003, o austríaco Felix Baumgartner, saltando de una altura de 9.000 metros, conseguiu atravessar em 14 minutos o canal da Mancha, percorrendo mais de 35 km. Em 2006, a ESG, uma empresa alemã lançou o modelo Gryphon, um wingpack feito exclusivamente para as forças de operações especiais.



Em 2007 o pára-quedista brasileiro Luís Cani Júnior saltou com wingsuit de um helicóptero por sobre o corcovado, passando a poucos metros sobre a estátua do Cristo Redentor e raspando na montanha, chegando mesmo a rasgar a sua roupa no contato com a montanha, mas mantendo vôo e pousando de pára-quedas completamente ileso.




O próximo passo na evolução do wingsuit é o desenvolvimento de modelos capazes de realizar o pouso sem o auxílio de pára-quedas. Testes estão sendo feitos por alguns entusiastas do projeto, como o americano Jeb Corliss e o brasileiro Luís Cani Júnior.

Jeb Corliss

Luís Cani Júnior


Assista ao vídeo:





quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Sultão.


Fábula Árabe


Conta-se que um Sultão Árabe sonhou que havia perdido todos os seus dentes!

Intrigado mandou chamar um conselheiro e adivinho para que lhe interpretasse o sonho.

O adivinho após ouvir o relato do sonho do Sultão,  exclamou:

- Que desgraça Senhor! Cada dente caído representa a morte de um parente de Vossa Majestade.

O Sultão não acreditou e enfurecido mandou que o adivinho fosse açoitado com 100 chibatadas.

Logo  mandou chamar outro adivinho e lhe contou o mesmo sonho!

Este  lhe disse entusiasmado: - Excelso Senhor, grande felicidade lhe está  reservada! O Senhor sobreviverá a todos os seus parentes.

A fisionomia do Sultão  iluminou-se num largo sorriso.  E ele mandou dar 100 moedas de ouro ao adivinho.

Quando se retirava o adivinho foi interpelado por um dos conselheiros do Sultão:

- Não entendo!  Você deu a mesma interpretação do outro adivinho. Porque a ele foram dadas 100 chibatadas e a você 100 moedas de ouro?

O Adivinho respondeu:- Meu amigo tudo depende de como você diz o que você diz.


                                                           *****

Saber comunicar-se é uma arte. 

Se lançarmos uma pedra contra uma pessoa, a  pedra poderá feri-la. Porém se a envolvermos em delicada embalagem e a oferecermos com carinho, provavelmente será aceita com facilidade.

O maior  segredo da comunicação é que:
A prática deve anteceder o discurso e

QUEM FALA DEVE SERVIR DE EXEMPLO PARA O QUE DIZ.


 Texto original encontrado na internet e adaptado.


Por :Adonai

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Ainda Há Tempo.


A tempo de rever velhos conceitos que carregamos durante décadas e não nos damos conta de que já estão ultrapassados.

Ainda a tempo de terminarmos aquele curso que interrompemos, por falta de dinheiro ou de paciência ou porque alguém nos disse que não deveríamos fazê-lo.

Ainda a tempo de parar de fumar, de fazer exercício e de aprender a nadar.

Ainda a tempo de olhar para a vida sob outra ótica e melhorarmos a sua qualidade, deixando de lado as preocupações que nos atormentam na hora de dormir.

Ainda a tempo de ensinarmos nosso filho a andar de bicicleta e a jogar xadrez, de contarmos histórias, tempo de escutarmos os mais velhos.

Ainda a tempo de amar, de chorar, gargalhar, de sair na chuva sem culpa por chegar molhado e sem medo do resfriado.
Ainda a tempo de comprar um cachorro, de ouvir Jimmy Hendrix e de tomar um cuba-libre; tempo de sentar na calçada e atravessar a madrugada sem pensar em nada.

Ainda a tempo de escrever um livro, de fazer uma horta e de comer jabuticaba do pé; tempo de cantar no chuveiro e assistir uma ópera.
Ainda a tempo de saltar de pára-quedas, de voar de asa-delta, de fazer serenata, de namorar e beijar na boca.

Ainda a tempo para ser poeta, de estudar filosofia e conhecer a Vila Madalena; tempo de ir com a amada comer feijoada e trocar confidências.

Ainda a tempo de comprar uma moto, de fazer rapel ou andar de jipe; tempo de ter dezoito ou noventa anos com saúde e honestidade.

Ainda a tempo de fazer um spaghetti, de abrir um vinho, comer pastel na feira e de encarar uma fila de banco no dia cinco de cada mês.

Ainda a tempo de tomar café no aeroporto de madrugada e de ler a manchete fresquinha do jornal de domingo.

Ainda a tempo de sair mais cedo do escritório pra jogar boliche ou andar de kart.
Tempo de sair da janela e ir lá embaixo enfrentar o tráfego só pra chegar em casa mais cedo.
Ainda a tempo de acreditar em Deus, tempo de rezar por um ente querido que se foi, de abrir o coração e reconhecer que erramos.

Ainda a tempo de corrigir erros do passado, praticar a humildade e fazermos aquilo que, no fundo,  sabemos que tem que ser feito, surpreender.
Ainda a tempo de limpar a gaiola do passarinho, de levar o cachorro pra passear e conversar com seu vizinho.
Ainda a tempo de dar o real valor a você aos que lhe amam.
A tempo de saber que a vida é como uma roda em movimento ladeira abaixo. Se parar, ela irá cair; se não for dirigida ou contida, irá destruir quem encontrar em seu caminho.

Portanto o ainda não existe tudo depende de nós e sempre haverá um tempo para a vida.

O tempo não para, e o ainda pode passar.. aproveite enquanto ainda há tempo..

Autor : Nelson Sganzerla)

sábado, 21 de janeiro de 2012

O Mestre.


Seu Alaor caminhava lentamente pelo pátio do Aeroclube onde nos últimos quarenta anos dera instrução, tendo formado um incontável número de alunos, alguns já Comandantes aposentados da aviação comercial. Seus cabelos brancos e o rosto talhado por rugas denunciavam a dedicação e as infindáveis horas debaixo de sol a que o velho Alaor se expusera durante todo esse tempo. O tempo vencia-lhe as feições, mas não conseguia fazer adormecer as asas da velha águia.

    Durante suas andanças, passava a mão em cada um três P-56 Paulistinha que compunham a “frota” do aeroclube. Todos contemporâneos de Seu Alaor, e pelos quais ele tinha um carinho especial como se fossem seus bichinhos de estimação. A cada pequeno acidente, Alaor fazia questão de ajudar a recuperar o avião pessoalmente. Aqueles aviões faziam parte de seu corpo.
    Ainda se remoia de amargura quando lhe vinha à lembrança o trágico acidente em que perdera um quarto avião e um aluno-solo. Numa manhã cinzenta, sem que estivesse presente no Aeroclube para “liberar o vôo”, como costumeiramente fazia, o aluno foi autorizado, por uma secretária, a decolar, a fim de realizar manobras altas a alguns quilômetros dali.

    A entrada de uma frente fria fez com que as prometidas chuvas desabassem sobre toda a região, e o aluno viu-se cercado por pesados cumulonimbus. Na tentativa de regressar ao campo, "guardou" seu vôo num desses gigantes, sucumbindo nas fortes correntes descendentes, que o jogaram ao chão como se fosse um brinquedo. No íntimo Alaor ainda se culpava por não estar no Aeroclube naquele dia. Daí em diante, ninguém – a não ser ele – teria a competência para liberar vôos de alunos.

    Devido à falta de checadores, o antigo DAC havia conferido a Alaor o título de Checador. Título esse, que ele honrava realizando vôos de exame rigidamente conduzidos dentro dos padrões da legislação. Dessa forma, não só dava instrução como examinava a performance de seus alunos, conferindo-lhes a licença de Piloto Privado. Um de seus alunos, já em fase de “check”, era Júlio - um jovem de 19 anos, a quem Alaor enxergava como alguém que teria um futuro brilhante na aviação, dada a habilidade com que o jovem manobrava o avião. O rapaz havia nascido pra voar, pensava Alaor.

    Já tendo completado as quarenta horas de vôo, Julio havia preparado tudo para seu vôo de check, que Alaor marcara para a manhã seguinte. Na hora combinada, lá estava o jovem, prostrado junto ao avião, enquanto Alaor fazia sua ronda costumeira pelo pátio. Alaor aproxima-se do jovem e pergunta:

        - Então, Júlio, tudo pronto?
        - Tudo pronto Seu Alaor!
        - Fez a inspeção externa?
        - Fiz sim senhor!
        - O Henrique (mecânico do Aeroclube) me disse que um das velas desse avião não está boa. O motor está "pipocando" na partida e também quando avançamos mais rápido a manete de potência. Mas dá pra voar assim mesmo. Vamos?
        - Vamos! – disse o jovem, já dirigindo-se para o interior do avião. 

    Enquanto Júlio se amarrava com o cinto de segurança, Alaor pediu licença dizendo que iria até o hangar assinar alguns papéis. Após uma hora de espera, o rapaz desiste de ficar sentado no avião e vai à procura de Alaor. Mas o velho instrutor não estava no Aeroclube. O dia passa sem que ele apareça.

    No dia seguinte Júlio volta ao Aeroclube e encontra Alaor junto ao mecânico, ajudando-lhe a trocar peças do trem de pouso de uma aeronave de terceiros. O aluno acha mais prudente não comentar o acontecido, mas mesmo assim Alaor se desculpa, dizendo que teve que sair sem avisar, pois um tinha um problema urgente para resolver. Júlio, ainda que não muito convencido, ouve as desculpas. Alaor então manda que o rapaz vá preparar o avião. Chegando perto do velho Paulistinha que seria usado no check, Alaor encontra seu pupilo fazendo a inspeção externa na “máquina”. Pergunta-lhe:

        - Julio, está tudo pronto?
        - Está sim, Seu Alaor! Tudo prontinho!
        - Ok, então vamos lá! O vento está de través e demasiadamente forte para esse tipo de avião, mas nós dois sabemos que o avião segura bem nessas condições, não é isso?
        - É sim senhor, Seu Alaor!
        - Então lá vamos nós! Só vou ali fazer um xixi e volto já. 

    Novamente algo havia acontecido. Alaor não voltara ao avião e por mais que Júlio o procurasse nada de encontrar o velho. Não era feitio de Alaor fazer esse tipo de coisa. Algo realmente teria ocorrido. O dia se foi sem que, mais uma vez, o aluno fizesse seu vôo de check.

    O dia seguinte amanheceu chuvoso. Alaor chegou bem cedo ao Aeroclube, e antes mesmo que os aviões tivessem sido tirados do hangar, lá estava Júlio sentado na roda do Paulistinha. Sem maiores explicações, o instrutor – notando a cara de contrariado do aluno – mandou que o ajudasse a empurrar o avião pra fora. A chuva apertava paulatinamente. Júlio num salto disse:

        - Seu Alaor, eu não vou! Como é que o senhor quer voar com uma chuva dessas? O senhor pode até não gostar do que vou dizer, mas me deixou esperando que nem um bobo nos dois últimos dias. Agora que está chovendo quer voar? Alaor abriu seu costumeiro sorriso.
        - Filho, nos últimos dois dias você estava sendo checado. Eu não preciso voar com você pra saber do que você é capaz. Afinal, tudo o que você sabe, eu lhe ensinei. Nos dois últimos dias você havia sido reprovado no check, mas hoje está aprovado. 

    Júlio fez uma cara de espanto e pediu explicações ao velho Mestre.

        - Filho, você lembra no primeiro dia, quando falei-lhe da vela do avião? 

    Júlio balança a cabeça afirmativamente e Alaor continua:

        - Pois é, Júlio, seu check havia começado e terminado ali. Mesmo sabendo que o avião estava com um problema técnico, você se dispôs a voar. Um piloto jamais confia no que o mecânico ou outro piloto diz, sem que verifique com seus próprios olhos aquilo que está sendo dito.
        - E ontem seu Alaor? O avião não estava mais com esse problema!
        - Ontem, Júlio, eu falei que o vento estava demasiadamente forte para o avião, mas que o "avião" não teria problemas com isso. Em nenhum momento você disse que “você” teria ou não dificuldades com aquele vento, mesmo sabendo que sua experiência ainda não é suficiente para enfrentar determinadas situações. Seu check estava acabado ali. A paciência e a análise são as maiores virtudes de um Piloto. Pilotar um avião, qualquer um pode aprender. Como você poderia ostentar uma licença de piloto, se suas atitudes não correspondiam à altura do comprometimento que se espera de um Piloto? 

    Júlio abaixou a cabeça, sabendo que a maior e melhor instrução estava lhe sendo dada naquele momento. E Alaor completa:

        - Mas hoje foi diferente. Diante da chuva você não se intimidou em me dizer um sonoro “não”. Percebeu sua real condição em relação ao vôo, não expondo nenhum de nós dois ao perigo. E é isso que eu espero de você como Piloto. Você tem futuro, filho. Suas habilidades são surpreendentes, mas devem vir acompanhadas de sensatez e equilíbrio. E isso você só demonstra quando se propõe a pensar na aviação não como um fim, mas sempre como um princípio. A cada dia você vai aprender coisas novas, para as quais poderá estar ou não preparado. Encarar a todas essas coisas é como colocar uma venda nos olhos e dar passos sem saber se o que há na frente é um abismo. Antes de fazer um voo analise o meio em que está. Analise a máquina que vai conduzir e por fim, analise as suas limitações como homem. Só assim você terá a certeza de que o próximo passo nada mais será do que o antecessor de outros maiores. 

    Alaor deu um grande abraço em Júlio, dizendo:

- Parabéns Comandante! Você passou no check. Já havia assinado a sua licença provisória, mas só agora tenho a certeza de poder entregá-la a você. 

    Passaram-se quinze anos. À porta do jato comercial, aguardando o embarque, está Júlio, vestido num impecável uniforme de Comandante. As quatro faixas douradas reluziam em cada um dos punhos do jaquetão azul. O embarque é autorizado, e agora o Comandante Júlio vê aproximar-se do avião o funcionário trazendo um ancião numa cadeira de rodas. A vida lhe reservara como presente, uma das maiores e melhores coincidências que poderia protagonizar. Júlio desce rapidamente as escadas e manda que o funcionário se afaste. Delicadamente retira o idoso da cadeira de rodas, beija-lhe a testa e, carregando-o no colo, sobe as escadas do avião cercando-o de cuidados. Vendo o esforço do Comandante, o funcionário tenta intervir:

        - Comandante, o senhor não precisa fazer isso... 

    Júlio replica:

        - Preciso sim. Um dia ele também fez isso comigo. 

    O velho era Alaor - o Mestre a quem Júlio era eternamente grato pela maior lição que recebera na aviação.



Autor: Marcelo Quaranta

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

OS MANIQUEÍSTAS E OS CÁTAROS.


Os filósofos gnósticos.

A Gnose é uma corrente de pensamento mistíco-religiosa que floresceu nos primeiros anos do Cristianismo e teve o seu apogeu nos séculos II e III da nossa era. Seus integrantes, na maioria constituída por pensadores cristãos, tinham como objetivo integrar as grandes tradições religiosas dos povos antigos com as novas ideias trazidas pelo Cristianismo.
Grande parte da literatura religiosa cristã foi produzida pelos filósofos gnósticos. Embora a Igreja Católica tivesse expurgado o Novo Testamento das ideias que guardavam alguma relação com antigos cultos pagãos, práticas mágicas e outras tradições esotéricas que não estivessem muito de acordo com os cânones adotados pelo catecismo católico, a doutrina cristã não conseguiu escapar da influência gnóstica e uma grande parte da crença dos cristãos, ainda hoje, é oriunda dos temas desenvolvidos per eles.
Nem os evangelhos canônicos estão livres da influência gnóstica. O Evangelho de São João, principalmente, é francamente inspirado naquela escola, bem como o livro do Apocalipse e a maioria das concepções do Apóstolo Paulo.
Durante os séculos II,III,IV essa escola de pensamento foi dominante no Império Romano. Mas já no início do século V, após a vitória da igreja de Roma, os gnósticos se refugiaram em círculos muito restritos, principalmente em razão da perseguição que lhes moveu o clero e as autoridades seculares. Da clandestinidade a que foram relegados derivaram as chamadas heresias, pois as ideias contrárias ás doutrinas professadas pela Igreja, que antes eram discutidas á luz do debate meramente filosófico, passaram a ser consideradas como perigosas para a ordem pública.

OS MANIQUEÍSTAS

A Gnose, entretanto, influenciou alguns dos maiores pensadores da Igreja. Um de seus ramos, o maniqueísmo, doutrina fundada por Mani, nascido na Babilônia em 216 a. D., teve como discípulo nada menos que o célebre Santo Agostinho, grande filósofo e bispo de Hipona.
Mani era um sacerdote Mazdeísta, ou Mitraísta, que seguia os ensinamentos de Zoroastro, ou Zaratustra, base da religião mais professada no Império Romano na época, o Mitraísmo. Ele reformou a doutrina de Zoroastro e incorporou nela alguns princípios e ideias desenvolvidas pelos gnósticos cristãos, e com isso fundou a doutrina conhecida como Maniqueísmo, a qual exerceu larga influência no pensamento religioso nos primeiros séculos do Cristianismo.
Os maniqueístas, diferentemente dos demais gnósticos, que admitiam três princípios atuantes na criação do cosmo, acreditavam que esses princípios eram apenas dois: a Luz e as Trevas. Do eterno embate entre o principio luminoso (o Pai da Luz), e o principio das trevas (O Rei das Trevas), surgiu tudo que existe no mundo. Essa concepção já havia sido desenvolvida por Zoroastro, no século VII a C., com a ideia de que o mundo era gerado por dois deuses, Ormuz, o deus da luz, e Arimã, o deus das trevas.
O “rei das trevas”, segundo os maniqueus, já foi um dia habitante do “país da luz”, mas dele partiu, com um inumerável séquito, após desentender-se com o “Pai da Luz”. Essa ideia reflete a tradição, também encapada pela Bíblia, da Rebelião de Lúcifer.
Na luta que então se travou pela posse do universo, o “Pai da Luz” foi ajudado pelo Homem Primordial, ou seja, o protótipo celestial do homem, que vivia no céu antes de vir para a terra, concepção essa desenvolvida pela Cabala. Derrotado pelos partidários das trevas, o Homem Primordial foi por eles devorado, ou seja, encerrado no seio da matéria. Para salvá-lo, o “Pai da Luz” evocou uma nova força, o “Espírito Vivo”, ou seja, o Espírito Santo, o qual deveria encarnar na terra uma dia, para libertá-lo. 
Essa guerra teria acontecido no céu antes do surgimento da espécie humana. Quando o Homem Primordial foi afinal liberado das trevas, uma réstea da sua luz ficou presa nela. Com ela o ‘Rei das Trevas”, derrotado na guerra anterior, engendrou o casal humano, Adão e Eva, no qual encerraram a réstea de luz do Homem Primordial. Assim, de acordo com os maniqueístas, a atual humanidade não é uma criação de Deus, o pai da luz, mas sim de Lúcifer, o pai das trevas.
Mas será essa réstea de luz, no entanto, que permitirá, quando liberada, a volta do homem ao seio do “Pai da Luz”. Isso porque, essa réstea de luz, essa centelha, que é a sua alma, é o seu único elo com a divindade. Todo o resto, no homem, é matéria, são trevas. Daí porque a vida do homem, e toda a sua longa história de sucessivas mortes e reencarnações, se constituir numa “jornada em busca dessa luz”, ou seja, uma eterna luta para libertar essa luz que nele habita e constitui o único elo entre ele e o Criador. Essa ideia incorpora, como se vê, antigas tradições vedantas (a doutrina do Karma) e cabalísticas (o processo do Gilgou),que fundamentam a doutrina da reencarnação.

A influência dos essênios

O maniqueísmo não é, como geralmente se pensa, uma doutrina baseada na luta entre o bem e o mal. Pelo fato de considerar o mundo material, e o próprio ser humano como produto do deus das trevas, todo o universo maniqueísta é mau. Somente através de uma “iniciação”, na qual os iniciados possam expulsar de si as trevas da qual são feitos e isolar a “ réstea” de luz, (único elemento divino que há dentro dele), pode o homem pensar em salvação. Essas concepções já eram adotadas pelos essênios em suas doutrinas da salvação e guarda estrita relação com a tradição iluminista dos hindus e dos espiritistas cristãos, para os quais o homem precisa "libertar-se" do seu invólucro carnal para tornar-se espirito de luz.
Não só na semelhança de ideias e uso comum de símbolos os maniqueístas se assemelhavam aos essênios. A austeridade de conduta, a vida monacal, o ascetismo, a necessidade de iniciação nos “mistérios” da seita, o desapego pelos bens materiais, a vida em irmandade, etc. fazem desses “Filhos da Luz”, os herdeiros das tradições inauguradas por aqueles antigos “eleitos de Israel”.
A Igreja de Roma, depois do Concílio de Nicéia e da elevação do seu conceito de Cristianismo à religião oficial do Império Romano, baniu as demais doutrinas para a clandestinidade e passou a perseguir e encarcerar seus praticantes. Os maniqueístas não escaparam a esse destino. Seus templos foram destruídos, seus livros queimados e seus praticantes torturados e mortos. Mas sua influência se fez sentir em várias seitas que causaram muita preocupação na Igreja durante toda a Idade Média. Podemos citar, entre outras, os bogomilos, os paulicianos, e principalmente os cátaros, que, entre os séculos XII e XIV formaram importantes grupos em vários locais da Europa.

OOS CÁTAROS

Os Cátaros floresceram em regiões da França e Alemanha no início do século IX. Em fins do século XIII haviam se tornado tão influentes, que a repressão movida contra eles pela Igreja de Roma tomou o aspecto de uma verdadeira guerra religiosa.
Nessa época a região conhecida como Languedoc - sul da França-  não fazia parte do território francês. Era um conjunto de principados independentes governados por nobres feudais, entre as quais as famílias de Toulouse e Trancavel. Incluía importantes cidades como Toulose, Montpellier, Avignon, Narbonne e Marselha. Possuía a cultura mais avançada da Europa medieval. Mantinha estreitas ligações com os árabes, e seus príncipes eram largamente tolerantes com judeus e mouros, cuja população era bastante representativa. A região do Languedoc constituía uma exceção numa Europa dominada pelo barbarismo e pelo obscurantismo religioso. Foi em Lunel e Narbonne, por exemplo, que se desenvolveram as escolas dedicadas ao estudo da Cabala. Lá, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo conviviam em paz, sendo mais objeto de estudo do que de disputas. Logo, a Igreja de Roma, com sua intolerância dogmática, não podia ser mesmo admirada na região. Por outro lado, a florescente economia do Languedoc, não raro, era objeto da cobiça dos potentados do norte da França, da Alemanha e da Espanha dominada pelos reis católicos.
Ademais, o Languedoc era o principal território dos heréticos cátaros, que desafiavam a autoridade da Igreja e professavam estranhas doutrinas que negavam a divindade de Cristo, a valor da Eucaristia, os poderes da cruz, a virgindade de Maria, a doutrina da Santíssima Trindade, o mistério da Ressurreição, etc. Por isso, entre 1219 e 1244 a região foi palco de um cruel genocídio perpetrado pela Igreja de Roma, mancomunada com os senhores feudais do norte. Um exército liderado pelo líder cruzado Simão de Montfort, durante três décadas varreu o território do Langedoc, chacinando a população, queimando castelos, destruindo cidades, “matando no próprio útero materno a heresia albigense”, como havia ordenado o Papa.
Pode-se dizer que a Cruzada Albigense foi o prenúncio das guerras religiosas que três séculos mais tarde iriam ensanguentar todo o território europeu. Ela foi uma guerra destinada a matar o espírito do homem. Mas embora o homem possa ser destruído e aprisionado, o seu espírito, que é livre, sobrevive, seja para o bem ou para o mal. Ideias devem ser combatidas com outras ideias, não com violência. Todo obscurantismo imposto pela tirania só mitiga o mal que quer destruir. Faz com que ele recrudesça, se recolha, para mais tarde retornar com mais vigor. Foi o que aconteceu na Europa, dois séculos mais tarde, com a Reforma Religiosa.

O legado dos Cátaros

Os cátaros legaram á Arte Real algumas inspirações litúrgicas. Seus sacerdotes eram considerados mestres perfeitos (parfaits), que conduziam suas assembléias á maneira das reuniões maçônicas das antigas lojas operativas. Sua postura anti-dogmática tem sido constantemente invocada como análoga áquela que existe na Maçonaria moderna. Eles são constantemente citados também como antecessores, ou inspiradores dos Templários em suas tradições místicas e religiosas.
Muito provavelmente, certas posições da Igreja Católica em relação aos maçons estão, de certa forma, ligadas á uma associação que alguns setores da Igreja fazem entre a Maçonaria e seitas heréticas como a dos cátaros e dos maniqueístas, sem falar da evidente ligação que a Arte Real mantém com a tradição templarista. Embora tudo isso, hoje não seja mais que uma curiosidade histórica, não falta quem invoque essas ligações para alimentar o ranço inquisitório que ainda sobrevive em alguns nichos fundamentalistas da Igreja de Roma. Felizmente vivemos hoje numa outra época, em que pensar e expressar nossos pensamentos não constitui crime. Quem sabe, nesta era de liberdade e busca da nossa “luz interior”, os gnósticos e os nossos antigos irmãos “parfaits” e seus discípulos, os cavaleiros templários, não encontrem afinal, a sua oportunidade de desforra.

DO LIVRO "CONHECENDO A ARTE REAL", ED. MADRAS, SÃO PAULO, 2007
João Anatalino                                             

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

COMO ACIONAR E DECOLAR UM R22

Mulheres na Aviação.

Amy Johnson, em 1930 tornou-se a 1ª mulher a voar sozinha entre a Inglaterra e a Austrália. Durante seu curso de aviação, seu instrutor disse que ela só seria levada a sério na profissão se fizesse algo notável.





Amélia Earhart, em 1932 foi a 1ª mulher a fazer um vôo solo transatlântico. Ela voou do Canadá à Inglaterra em 15h18min. Três anos depois ela também voou solo pela 1ª vez entre os EUA e o Havaí. Em 1937 desaperecu no Oceano Pacífico na tentativa de ser a 1ª mulher a dar a volta ao Mundo em um avião.


A primeira brasileira a trabalhar como aviadora foi Anésia Pinheiro Machado (1902 - 1999). Mas em relação a isso há dúvidas pois segundo a Filial Brasileira da International Organization of Women Pilots a pioneira da aviação no Brasil é a Tereza Auriol. As duas eram contemporâneas, colegas da mesma escola e tiveram o mesmo instrutor, com quem Tereza se casou.



 fonte: Fentac e Blog Mulheres na Aviação



segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

pinUp do dia.


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Frases de Aviação.



1. O bom piloto é aquele que não tem grandes aventuras aeronáuticas para contar!

2. Voar é a segunda maior emoção do mundo conhecida pelo homem, ''pousar é a primeira''.

3. Se antes do embarque encontrar piloto velho em avião novo, embarque tranquilo. Mas se encontrar avião velho com piloto novo...Desista!

4. O bom piloto não é o que sai de uma situação de emergência, e sim o que não entra em uma.

5. O único momento em que o copiloto está acima do piloto, é quando a curva é para a esquerda.

6. O piloto bom não é aquele que possui apenas excelentes habilidades, porém o que faz uso de seu excelente julgamento, para nunca precisar usar sua excelente habilidade.

7. Existe o piloto velho e o piloto audacioso, não o velho audacioso.

8. O problema dos morros perto da pista na aproximação, não é que eles são altos, o problema é que eles são duros!

9. Não se espante com a altura do voo, quanto mais alto mais longe do perigo!

10. Todo piloto começa a carreira com um saco chamado 'sorte', que está cheio, e outro chamado 'experiência', que está vazio. O segredo é você encher o saco da 'experiência' sem precisar esvaziar o saco da 'sorte'.

11. As emergências para as quais você treina raramente acontecem. A emergência para a qual você não treinou é a que pode matá-lo.

12. Para muita gente, o céu é o limite. Para quem é da aviação, o céu é o lar.

13. Numa cabine, se é vermelho ou empoeirado, não toque.

14. Para subir, puxe o manche. Para cair, puxe mais forte.

15. Se você só consegue ver o chão girando, pela janela, e só consegue ouvir
algazarra da cabine de passageiros, nem tudo está como deveria.

16. Três coisas que quando ditas por um piloto são: - acidentes certos: Estou com pressa; acho que dá; ou minha namorada está lá embaixo olhando.

17. Para os “garganta de plantão”: Papagaio é a ave que mais fala e a que menos voa...
18. Pouso bom é aquele em que todos os passageiros e tripulantes conseguem sair andando da aeronave. Pouso ótimo é quando além disto, a aeronave pode ser reutilizada de novo.

19. A hélice é apenas um ventilador gigante para refrescar o piloto. Duvida? Repare como ele começa a suar, quando ela para...

20. Se tiver que enfrentar um pouso noturno forçado, ligue os faróis para ver a área de pouso. Se não gostar do que está vendo, desligue os faróis.


domingo, 15 de janeiro de 2012

Humor aeronáutico.


Seu período de experiência acabou, digite o número de registro para continuar.

sábado, 14 de janeiro de 2012

A Pedra no Caminho.



Conta-se a lenda de um rei que viveu num país além-mar há muitos anos. Ele era muito sábio e não poupava esforços para ensinar bons hábitos a seu povo. Freqüentemente fazia coisas que pareciam estranhas e inúteis; mas tudo que fazia era para ensinar o povo a ser trabalhador e cauteloso. - Nada de bom pode vir a uma nação – dizia ele – cujo povo reclama e espera que outros resolvam seus problemas. Deus dá as coisas boas da vida a quem lida com os problemas por conta própria. Uma noite, enquanto todos dormiam, ele pôs uma enorme pedra na estrada que passava pelo palácio. Depois foi se esconder atrás de uma cerca, e esperou para ver o que acontecia. Primeiro veio um fazendeiro com uma carroça carregada de sementes que ele levava para moagem na usina.

- Quem já viu tamanho descuido? – disse ele contrariadamente, enquanto desviava sua parelha e contornava a pedra. – Por que esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra da estrada? – E continuou reclamando da inutilidade dos outros, mas sem ao menos tocar, ele próprio, na pedra.Logo depois, um jovem soldado veio cantando pela estrada. A longa pluma do seu quepe ondulava na brisa, e uma espada reluzente pendia à sua cintura. Ele pensava na maravilhosa coragem que mostraria na guerra. O soldado não viu a pedra, mas tropeçou nela e se estatelou no chão poeirento. Ergueu-se, sacudiu a poeira da roupa, pegou a espada e enfureceu-se com os preguiçosos que insensatamente haviam largado uma pedra imensa na estrada. Então, ele também se afastou, sem pensar uma única vez que ele próprio poderia retirar a pedra.
Assim correu o dia. Todos que por ali passavam reclamavam e resmungavam por causa da pedra colocada na estrada, mas ninguém a tocava.

Finalmente, ao cair da noite, a filha do moleiro por lá passou. Era muito trabalhadora, e estava cansada, pois desde cedo andava ocupada no moinho.

Mas disse a si mesma: “Já está quase escurecendo, alguém pode tropeçar nesta pedra à noite e se ferir gravemente. Vou tirá-la do caminho.”
E tentou arrastar dali a pedra. Era muito pesada, mas a moça empurrou, e empurrou, e puxou, e inclinou, até que conseguiu retirá-la do lugar. Para sua surpresa, encontrou uma caixa debaixo da pedra.

Ergueu a caixa. Era pesada, pois estava cheia de alguma coisa. Havia na tampa os seguintes dizeres: “Esta caixa pertence a quem retirar a pedra.”

Ela abriu a caixa e descobriu que estava cheia de ouro.

A filha do moleiro foi para casa com o coração feliz. Quando o fazendeiro e o soldado e todos os outros ouviram o que havia ocorrido, juntaram-se em torna do local na estrada onde a pedra estava. Revolveram o pó da estrada com os pés, na esperança de encontrar um pedaço de ouro.

- Meus amigos – disse o rei – , com freqüência encontramos obstáculos e fardos no caminho. Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos desviamos deles se assim preferirmos, ou podemos erguê-los e descobrir o que eles significam. A decepção é normalmente o preço da preguiça.

Então o sábio rei montou em seu cavalo e com um delicado boa-noite retirou-se.


Do livro: O Livro das Virtudes II – O Compasso Moral

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

AS COLUNAS BOOZ E JAKIN.



A Maçonaria especulativa, da mesma forma que a antiga Maçonaria operativa, inicia muitos obreiros. E assim como entre aqueles antigos mestres da Arte Real, também os modernos obreiros dessa Augusta Arte não são todos eleitos, embora todos sejam iniciados. O obreiro da Arte Real hoje inicia-se como aprendiz e continua a ser eternamente um aprendiz. É no decorrer do desenvolvimento da cadeia iniciática que o iniciado poderá obter ou não a sua iluminação. Essa iluminação pode ser definida como uma Gnose, ou uma sensibilidade da verdadeira razão de ser ele um maçom. Então terá conquistado o status conferido aqueles que se abrigaram junto ás duas colunas sagradas do Templo de Salomão, e se abeberaram na fonte dos conhecimentos que delas brotam e que se expressam nos nomes sagrados que Salomão deu á aquelas colunas: Booz e Jackin.
 
Booz e Jackin eram os nomes das duas colunas de bronze que Salomão mandou fundir para servir de pórtico para o templo. Booz deriva de Boaz, nome do patriarca hebreu que fundou a dinastia do rei Davi. Casado com a moabita Rute, Boaz foi pai de Obed, que por sua vez gerou a Isaí, ou Jessé, que foi pai do rei Davi. Na tradição hebraica, portanto, Boaz foi aquele que fundou a família que iria, mais tarde,  estabelecer o reino de Israel. Quanto a Jackin, trata-se, provavelmente de um nome derivado do antigo alfabeto semítico, significando cofre, esconderijo, receptáculo. Sabe-se que os antigos povos do vale do Jordão e do Eufrates costumavam construir em seus templos e edifícios públicos certas colunas ocas para guardar documentos importantes. A essas colunas eles chamavam Jackin. Essa tradição está de acordo com as informações encontradas nas crônicas do profeta Jeremias, que dizem que as colunas do templo de Jerusalém eram ocas. Com base nessa tradição, certos autores maçônicos inventaram a lenda de que Salomão teria construído colunas ocas para servir de arquivos para guardar documentos maçônicos.
   O certo, entretanto, é que essas duas palavras, constantemente invocadas nos trabalhos das lojas simbólicas, significam “ Estabilidade com Força”. As colunas Jackin e Booz tinham dezoito côvados de altura (cerca de 9 metros), e eram encimadas por capitéis de cinco côvados cada (2,5 metros),  com romãs e medalhas por ornamento. A romã, como se sabe, entre os povos orientais era uma fruta que tinha um alto valor simbólico. Representava o amor, a fertilidade, o sexo. Os poemas do Cântico dos Cânticos, atribuídos a Salomão, muito se vale do simbolismo da romã para representar a sensualidade da união entre os sexos.[1]
   O templo maçônico procura reproduzir, no que é possível, o Templo de Salomão. O costume de se colocar os Aprendizes do lado da coluna B e os Companheiros na coluna J consta de uma tradição  que diz que Adoniram, para pagar os trabalhadores do canteiro de obras, que eram milhares, costumava separá-los por colunas. Os mestres (pedreiros, talhadores, escultores, carpinteiros) eram pagos dentro do templo, daí o termo “ coluna do centro”, onde os mestres maçons se colocam para assistir aos trabalhos em Loja. Os demais trabalhadores, por serem muitos, tinham que ficar do lado de fora. Para facilitar o pagamento, que consistia na distribuição de alimentos, roupas, utensílios de trabalho (luvas, aventais, ferramentas etc), eles eram separados em grupos. Conforme os graus de profissionalização eram perfilados do lado direito ou esquerdo do templo, o que correspondia ás colunas Jackin ou Booz, conforme o caso.
   Daí o porque dos aprendizes, que no caso do canteiro de obras do rei Salomão eram os cavouqueiros, os carregadores, os serventes de pedreiro, ficarem no lado correspondente á coluna B (Booz) e os companheiros (ajudantes, talhadores, assentadores de pedras etc), sentarem-se no lado da coluna J ( Jackin).
   Flávio Josefo, em suas crônicas sobre as Antiguidades dos Judeus, capitulo III, item 6, também se refere a essas duas colunas e seu significado. Diz aquele historiador que Deus estabelecera o reino de Israel com estabilidade e força, e que tal composição duraria enquanto os israelitas mantivessem o Pacto da Aliança com Ele. A força provinha do seu fundador Davi, que estabelecera com sua competência militar o reino hebreu, e a estabilidade lhe tinha sido dada por Salomão. Dessa forma, as colunas Booz e Jackin não tinham apenas um significado religioso, mas também celebrava motivos políticos e heróicos, homenageando, de um lado Davi, a força, de outro lado Salomão, a estabilidade, a sabedoria.

Muita tinta já rolou acerca das colunas Booz e Jackin. Alguns autores desenvolveram inclusive a tese de que as colunas ocas do templo de Salomão representavam símbolos fálicos, tradição essa muito em voga entre as civilizações antigas. Elas seriam, segundo Curtis e Madsem, uma projeção da Mazeboth, monumentos de pedra, que entre os fenícios simbolizavam o órgão viril, pelo qual a fertilização da terra se processava. Com base nessa interpretação “histórica”, esses autores concluem que as “duas colunas ocas, com seus globos em cima, e os capitéis enfeitados com romãs, (fruta que simbolizava a fertilidade), nada mais eram que símbolos fálicos disfarçados. Daí a razão de serem ocas, pois representavam o órgão sexual masculino, também oco e encimado por globos”....[2]
   Mais que os significados simbólicos que essas colunas possam ter, entretanto, talvez uma interpretação pragmática possa nos dar uma explicação melhor. Booz, no alfabeto hebraico significa firmeza e Jackin força. Talvez, com esses nomes, Salomão quisesse, na verdade, indicar apenas disposições arquitetônicas. Significava que a estrutura do templo estava apoiada sobre essas duas colunas com solidez e resistência. A conexão com os significados dos símbolos fez o resto. Salomão, como todos os israelitas, acreditava nas promessas que Deus teria feito ao seu povo através dos profetas. Deus dissera que “habitaria” no meio daquele povo. Construindo um templo para Ele, estava, na verdade, selando essa promessa. Com isso Israel teria estabilidade como reino porque a força do Senhor estaria com eles. As duas colunas celebravam, dessa forma, uma crença firmemente estabelecida.
    A tradição maçônica associou as duas colunas á sua própria liturgia ritual. Jackin e Booz( ou Boaz) passaram a ser dois Mestres (Vigilantes), que imediatamente abaixo do Mestre Arquiteto Hiram (Venerável), administravam os dois substratos de trabalhadores que serviam no canteiro de obras do templo. Boaz tornou-se o Primeiro Vigilante e Jackin o Segundo. Daí a ritualística segundo a qual o que o Venerável decide, o Primeiro Vigilante estabelece e o Segundo confirma.[3]
  Uma outra interpretação das duas colunas gêmeas é a de que elas simbolizam as duas colunas de fogo e água que Jeová ergueu em frente das tropas do faraó, quando ele encurralou os hebreus junto ao Mar Vermelho. Diz a Bíblia que o Senhor ergueu colunas de fogo que impediam que os egípcios atacassem os hebreus enquanto eles cruzavam o mar. Depois, quando eles já haviam saído do outro lado em segurança, o Senhor afogou as tropas do faraó lançando sobre eles colunas de água. Salomão teria celebrado essa intervenção divina pela edificação das duas colunas. Por isso, inclusive, é que nos antigos rituais de iniciação, as cerimônias de purificação pelo fogo e pela água eram realizadas em frente aos respectivos altares onde se postam os dois Vigilantes, símbolos das respectivas colunas. Esse simbolismo é ainda hoje repetido, embora de forma sensivelmente modificada. Essa interpretação é a que consta dos Primeiros Catecismos Maçônicos de 1725.[4] 

 [1] “Os teus lábios são como fita de escarlate: e o teu falar, doce. Assim é o vermelho da romã partida, assim é o nácar de tuas faces, sem falar no que está encondido dentro.” Cântico dos Cânticos, 4;3
[2]  Alex Horne: O Templo do Rei Salomão na tradição maçônica, pg. 125
[3] Através das pancadas ritualísticas
[4] Alex Horne-op citado pg. 184


DO LIVRO CONHECENDO A ARTE REAL- MADRAS, 2007
 
Por : João Anatalino

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PinUp do dia.

Embraer apresenta o jato executivo Legacy 500.




A Embraer apresentou seu mais novo jato executivo, o Legacy 500, da categoria midsize. O rollout, como o evento é conhecido em inglês, aconteceu dia 23 de dezembro no hangar de produção, localizado na sede empresa, em São José dos Campos (SP). Segundo a companhia, a partir de agora os engenheiros de teste e de desenvolvimento poderão realizar importantes ensaios em solo antes do primeiro voo da aeronave, programado para o terceiro trimestre de 2012.



"A entrega da aeronave pela equipe de produção ao time de ensaios nos permitirá obter informações vitais durante os testes em solo, os quais serão utilizados para acelerar a campanha de testes em voo", disse Maurício Almeida, diretor de Programas da Embraer - Aviação Executiva, em nota á imprensa.


Após esta primeira apresentação, este avião realizará testes preliminares de sistemas, que abrirão caminho para a primeira partida de motor e, posteriormente, para os testes de vibração em solo (GVT) e demais ensaios em solo. Essa aeronave é a primeira de três protótipos que serão usados nos testes de desenvolvimento, em solo, em voo e de certificação. Mais de 800 engenheiros da Embraer trabalham atualmente no programa de desenvolvimento do Legacy 500, que será certificado autoridades de aviação de diversos países. O Legacy 500 acomoda 12 passageiros em uma cabine de 1,82 metro (6 pés) de altura e piso plano.


Fonte: Yahoo Notícias