sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A trajetória de decolagem.



Começa após o avião ter atingido 35 pés na velocidade V2 e termina a no mínimo 1500 pés de altura sobre a pista ou em uma altitude onde a transição de configuração de decolagem para a configuração de vôo em rota for completada, o que equivale dizer, na altitude mais elevada entre as duas. Ela é dividida em 4 SEGMENTOS, os quais serão explicados adiante e é considerada no caso de haver falha de motor na corrida de decolagem após ter sido atingida a velocidade V1. Os gradientes mínimos de decolagem são determinados pelo FAR 25 (Federal Aviation Regulations). Vamos então aos segmentos de decolagem: 1º SEGMENTO Inicia-se após ter sido atingida a velocidade V2 a 35 pés de altura. Neste segmento é efetuado o recolhimento do trem de pouso. Ele termina no momento em que o trem de pouso estiver totalmente recolhido. Os gradientes exigidos para este segmento são pequenos devido ao arrasto do trem de pouso. Definições do 1º Segmento: Dentro deste segmento a aeronave poderá estar operando nas seguintes condições: 


A) um motor inoperante; 
B) demais motores com potência de decolagem; 
C) trem de pouso recolhendo; 
D) flap em posição de decolagem; 
E) velocidade - mantendo a V2; 
 F) gradiente - aeronave de 04 reatores = 0,5% aeronave 
de 03 reatores = 0,3% aeronave 
de 02 reatores = no mínimo positivo 

2º SEGMENTO Inicia-se logo após o total recolhimento do trem de pouso. Este é o segmento mais restrito pois exige altos gradientes de subida para poder ganhar altura mais rapidamente e livrar os obstáculos. Termina quando a aeronave atinge no mínimo 400 pés de altura sobre o nível da pista. Definições do 2º Segmento 

A) um motor inoperante; 
B) demais motores em potência de decolagem; 
C) trem de pouso recolhido; 
D) flap na posição de decolagem; 
E) velocidade - V2; 
F) gradiente mínimo - aeronave de 04 reatores: 3% aeronave de 03 reatores: 2,7% aeronave de 02 reatores: 2,4% 

3º SEGMENTO Inicia-se a no mínimo a 400 pés sobre o nível da pista. Este segmento é horizontal, pois no mesmo é efetuada a aceleração da aeronave e o recolhimento do flap. Por ser um segmento com gradiente nulo, ou seja 0, a tração extra é aplicada na aceleração da aeronave, porém em alguns casos em que a aeronave estiver leve, ela poderá atingir velocidade acima da máxima permitida com os flaps abaixados (Flap placard speed), sendo nesse caso necessário continuar a subida para evitar danos estruturais nos flapes. Este segmento termina após o recolhimento total do flap ou após a aeronave ter atingido 1,25 VS, o que ocorrer por último. Definições do 3º Segmento 

A) um motor inoperante; 
B) demais motores em potência de decolagem; 
C) trem de pouso recolhido; 
D) flap recolhendo; 
E) velocidade - acelerando de V2 para 1,25 VS; 
F) gradiente nulo - 0% SEGMENTO FINAL Inicia-se a partir do ponto onde a configuração for atingida. 

Neste ponto o avião atinge normalmente o limite de uso da potência de decolagem (5 minutos para turbinas) e passa a utilizar a potência máxima contínua (MCT - Maximum Continuous Thrust). Termina a no mínimo 1500 pés acima do nível da pista. Definições do Segmento Final: 

A) um motor inoperante; 
B) demais motores em potência máxima contínua; 
C) trem de pouso recolhido; 
D) flap recolhido; 
E) velocidade - no mínimo 1,25 VS; 
F) gradiente mínimo - aeronave de 04 reatores: 1,7% aeronave de 03 reatores: 1,5% aeronave de 02 reatores: 1,2%

Durante uma decolagem na qual ocorra falha de qualquer um dos motores, o avião deverá ser mantido nesta trajetória ou acima dela. Para alguns tipos de aviões a trajetória de decolagem difere um pouco com relação ao 3º segmento ou à velocidade em cada segmento, porém, as características de cada um nunca poderão ser inferiores aos mínimos relativos a gradientes e velocidades. Durante essa trajetória, qualquer curva só poderá ser realizada após atingir a V2 a 35 pés de altura e sua inclinação máxima deverá ser de 15º. Durante a subida a razão de subida e o ângulo de subida diminuem gradativamente, enquanto a TAS (True Airspeed - Velocidade Aerodinâmica) aumenta. A subida é feita com velocidade de maior razão de subida. Não havendo obstáculos nas proximidades do aeródromo, somente é exigido que a aeronave cumpra o 1º e o 2º segmentos, podendo voltar para pouso após ter completado os dois. É permitido eliminar o 3º segmento, passando do 2º para o Final, a critério do operador, fazendo a aceleração e o recolhimento do flap no segmento final. V1 - Velocidade de Decisão na decolagem (vide artigo "decolagem") V2 - Velocidade de segurança após a decolagem VS - Velocidade de Estól

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