sábado, 2 de abril de 2011

Chevrons, a novidade para reduzir ruídos.


Quem observou imagens do lançamento do novo Boeing 747-8 deve ter notado que as extremidades das turbinas e dos fans por onde o ar que passou pela turbina é expelido estão agora recortadas como as bandeirinhas dos quadros de Volpi. Essa é a grande sacada: embora pareça uma medida simples, a adoção dos chamados “chevrons” exigiu anos de pesquisas até se chegar a um ponto ideal no qual a superfície com as pontas funcionasse efetivamente como um poderoso redutor de ruído. O princípio ali é simples: evitar que a passagem do ar aquecido que é expelido pela turbina - gerando portanto turbulência - continue com tal característica. As pontas fazem com que essa mesma turbulência seja dissipada antes mesmo de chegar ao exterior da nacele do propulsor.









Os engenheiros e pesquisadores que se debruçaram sobre o assunto gastaram muito tempo até achar o ângulo correto e a quantidade de recortes necessários para uma redução. Em certos casos, as mexidas começavam na base da tentativa e erro e, não raro, recortes mais pronunciados acabaram representando um aumento do ruído e não uma redução. As dificuldades no processo, inclusive de fabricação das ferramentas capazes de produzir os sulcos corretamente, foram superadas com o uso de métodos diferentes de análise, como feixes de luz, lasers e fotografias em alta velocidade - tudo dentro dos túneis de vento. O objetivo, agora que os “chevrons” já estão sendo utilizados nos novos propulsores, é trabalhar no sentido de reduzir, também, o consumo de combustível. O meio-ambiente, e os vizinhos de aeroportos (entre os quais me incluo tanto no Rio quanto em São Paulo) agradecem.

Os aviões das fotos anexas à matéria não operam em aeroportos restritos como Congonhas e Santos Dumont. Todavia, no futuro, a tecnologia de redução de ruídos desses motores poderá vir a ser ser utilizada em outras aeronaves de menor porte.


Nenhum comentário:

Postar um comentário