sábado, 20 de julho de 2013

Santos Dumont 140 anos.

 
Hoje celebramos o 140º aniversário de nascimento deste gênio brasileiro que mudou os rumos da humanidade! Ruas, escolas, edifícios e até mesmo a cidade em que nasceu levam seu nome como homenagem. Na foto, está um pouco diferente de como costumamos vê-lo, mas está fácil reconhecê-lo, não é?!
 
 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

“Aprendi a voar na Alemanha, durante a guerra”

 
( Sic )
Por Plinio Lins -
Em meados de abril do corrente ano, os amigos Alexandre Venson e Francis Barros me convidaram para assistir ao treino de acrobacia de competição que seria ministrado pelo veterano russo Sergei Boriak, na Estância Teimoso, perto de Curitiba.
Ocorre que, além de assistir o treinamento, acabei me deparando com uma ‘camada’ da aviação que jamais pensei que encontraria ali: em certa hora do dia, apareceu um senhor de aspecto simpático e tranquilo, que caminhava pelos hangares e observava os voos. Veio na direção onde estávamos eu e um colega de faculdade, e perguntou quem éramos, de onde vínhamos, e iniciamos uma conversa. Em determinado momento, descobrimos que ele tinha uma história inusitada e surpreendente: ele havia morado na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, e mais, havia aprendido a voar na mesma escola que formou os ases da Luftwaffe (1)!
 
Seu nome é Ary Schnaibel, e tem 86 anos. Seus pais vieram da Alemanha para o Brasil no início do século XX e residiram por um tempo no Paraná, onde ele nasceu. Porém, no início da década de 1930, a Alemanha estava se soerguendo de uma crise e passava por uma fase de grande crescimento econômico. Isso fez com que a família Schneibel resolvesse voltar para lá, indo morar em Dresden, bela e próspera cidade ao sul de Berlim.
Chegando lá, o pequeno Ary teve um estreito contato com o mundo da aviação, que então estava em um rápido desenvolvimento, e logo começou a se envolver com construção e voo de pequenos aeromodelos.
             Ary Schnaibel (à direita) prepara um aeromodelo para o voo
 
No entanto, como é de conhecimento geral, a Alemanha estava sob o governo dos nazistas, e estes não tardariam a lançar o país na maior e pior guerra que a humanidade já viu – a Segunda Guerra Mundial.
Esse quadro histórico fez com que o jovem Ary fosse obrigatoriamente encaminhado para a vida militar. E uma vez diante dessa situação, imediatamente ele vislumbrou a chance de se tornar um piloto de caça. Ocorre que, pela questão da idade, muitos capítulos da guerra já tinham acontecido quando ele estava pronto para se tornar um caçador, e isso fez com que ele percorresse uma carreira diferenciada durante o conflito.
Curioso para saber como era aquele método de formação que gerou tantos ases, passei a fazer a ele várias perguntas, às quais foi respondendo detalhadamente. Manifestei também a intenção de publicar essa experiência de vida, ideia com a qual ele concordou.
Assim, passo a reproduzir o que ele me contou:
Como era o ensino do voo na Alemanha
“O aprendizado de pilotagem era bem diferente do que existe hoje, e o indivíduo já saía solo desde o primeiro voo… Naquela época todo mundo descobria o voo sozinho! A aprendizagem era feita em várias etapas, e o curso era gratuito e bancado pelo governo, sob a responsabilidade da Hitlerjugend (2). Quando completávamos 14 anos éramos obrigados a nos alistar na Hitlerjugend, e era possível escolher para qual atividade você seria direcionado. Óbvio que escolhi o ramo da aviação.
“O curso começava com planadores básicos, que faziam apenas pequenos ‘saltos’. Depois, conforme o indivíduo fosse se aperfeiçoando, iam aumentando a distância e tempo dos voos.
“No primeiro estágio do curso, o planador era colocado em um barranco e amarrado em uma corda esticada em ‘v’, com quatro ou cinco garotos segurando na cauda. Iam puxando até esticar a corda, e em seguida soltavam. Era só um ‘pulo’, uma ‘planadinha’ e já caía no chão; o indivíduo tinha que se virar sozinho para pousar sem quebrar.
 
 
“Em seguida passavam para a fase de reboque a automóvel, que incluía o aprendizado de curvas em voo.  Aí ou já era no Schulgleiter SG 38 ou no Grunau Baby. Rebocavam o planador com um automóvel, numa pista ou num terreno plano. Então acelerava até sair do chão, e, conforme o comprimento da corda, soltava mais alto ou mais baixo. Sempre em voos curtos. Mas nesse caso já começava a fazer curvas de 180º, 360º, etc.
“A fase seguinte era com um guincho. Lá onde eu fiz os treinos, em Dresden, o campo era arredondado, de limites irregulares, e então direcionavam o cabo de acordo com a direção do vento. Eram 1.400 metros de cabo. Decolávamos, deixávamos voar um pouco na horizontal a uns 30 metros de altura, e depois cabrávamos o nariz a uns 60 graus para dar uma subida rápida. Quando chegava mais ou menos na metade do comprimento do cabo você já estava na altura necessária, podendo então desligá-lo. Aí cada um se ‘defendia’ como podia, pegando térmica ou descendo planado. E era um lançamento atrás do outro, o céu cheio de planadores. E todo mundo em voo solo.
                                                         O jovem Ary e seu instrutor
 
 
“Era uma média de 20 ou 30 lançamentos para cada um, o total dependia do aluno. Passada essa fase, já podíamos ir para a outra etapa, que era reboque por avião. Aí já era um planador de dois lugares, o Kranich. Nesse caso era preciso um instrutor junto – não para ensinar o voo, mas para passar os macetes para ficar atrás do outro avião. Naquela época não existiam as cordas de nylon, era cabo de aço. Então se você não mantivesse a corda esticadinha, levava uns trancos de assustar!
“E ao final você tinha os exames finais para receber o brevê. O exame era dividido em ‘prova A’, prova ‘B’ e prova ‘C’. Consistiam em um voo de 50 km planado, um voo com ganho de 3000 metros e outro com 5 horas de voo em térmica. Mas muitos não
 

O voo militar, e a preparação para voar o Messerchmitt Me-163 Komet

“Quando atingi a idade de me alistar fui incorporado à Luftwaffe. Mas quando cheguei nessa fase já era o ano de 1944, a Luftwaffe já estava no fim, e nem sabíamos se daria tempo de voar em combate. Mesmo assim, me encaminharam para pegar instrução inicial do Messerchmitt Me-163 Komet - aquele ‘foguetinho’.
“Sabíamos que o número de baixas nesse modelo era monstruoso, em torno de 75%, mas naquela idade nós éramos loucos mesmo, e não ligávamos para isso. Esse avião voava até acabar o combustível, e depois planava para pousar. Ele tinha sete cargas de  foguete, e com uma carga ele já subia até 12 mil metros. Então a regra era já atacar os bombardeiros inimigos na subida, de baixo para cima, para depois dar a volta pelo alto e mergulhar atacando também – ir ‘costurando’ até acabarem as cargas. Quando esgotassem os  foguetes, a regra era apontar o nariz para o chão e mergulhar para fugir e pousar. Esse avião não era mais do que um planador, equipado com foguetes e armamento. Só que no mergulho ele não passava de 500 km/hora, e os Mustangs e os caças russos atingiam 700km/hora. Então você não tinha o que fazer numa situação dessas, não tinha arma virada para trás! Caso o indivíduo tivesse sorte e conseguisse escapar, ainda tinha o pouso pela frente, que era algo crítico. A velocidade de pouso era de 180 km/hora – cerca de 100 nós – e não tinha pista, não tinha aeroporto, tinha que pousar em qualquer lugar. E se o terreno fosse ruim, a 180 km/hora … meu amigo, o ‘troço’ era feio!”
 
“No curso para voar o Komet nós usávamos não ele, mas o Grunau Baby, que era rebocado até 3 mil metros de altura. Quando desligávamos, esperávamos um pouco e picávamos com tudo o manche, afundando o nariz e iniciando um mergulho a 90 graus em direção ao solo. Era para deixar ele mergulhar assim até uma altura de uns 300 metros, para só então nivelar. Tudo isso era para treinar a atitude de fuga do Komet. O planador não pegava velocidade, então era tranquilo para sair, dava uns 4 ou 5 ‘Gs’, mas isso não machuca ninguém e o Grunau aguentava tranquilamente. E com isso, quem era medroso já caía fora! E embaixo havia uma pista bem demarcada, com 15 metros de largura e 80 metros de comprimento. Três pousos fora daquela área e estava fora do curso, não servia para voar o avião. Mas não me lembro de ninguém ter sido desligado nessa fase, afinal, ficávamos o dia todo dentro do avião e ficávamos super acostumados.”

Mudança de rumos e a impossibilidade de voar na Luftwaffe

“Mas enfim, quando terminei essa fase a Luftwaffe praticamente já havia acabado, estava realmente ‘esculhambada’. As bases haviam sido bombardeadas pelos ingleses e americanos, e não havia mais combustível para os aviões que sobraram. Então acabaram me mandando para o front como soldado mesmo: começamos o treinamento de guerra de infantaria, e esse treinamento já era feito caminhando em direção ao Leste, onde nos juntaríamos ao grosso das tropas que estavam tentando deter o Exército Vermelho, que nessa época já estava na Polônia. Nos dois primeiros anos os russos apanharam muito e quase perderam a guerra, mas desde 1943 eles haviam começado um contra ataque muito difícil de segurar. A maioria das tropas alemãs sempre foi direcionada para a luta contra a Rússia, só que agora estava muito difícil manter. Se for contar toda a distância que eu percorri na ida, e tudo que voltei recuando, debaixo do ataque russo, deu uns 3000 quilômetros de caminhada, em três meses…”

No front, como soldado de infantaria

“Quando eu cheguei no front os russos já haviam tomado Varsóvia, e estavam avançando em direção à fronteira da Alemanha. Nós lutamos no interior da Polônia, e levamos muito chumbo deles; fomos nos virando como podíamos.
“O dia mais difícil no front foi o primeiro… Porque durante o treino nós nunca tínhamos escutado granadas, metralhadores e canhões estourando daquela forma, e o pior era saber que estavam atirando em nós. Todo dia tinha troca de tiros pesada. A companhia não lutava toda junta, ficávamos espalhados em grupos menores. Algumas vezes, para usar algumas armas contra os tanques tínhamos que chegar a apenas uns 30 metros deles! O tanque T-34 levava 8 segundos entre um tiro e outro, e nesse intervalo dava para correr um bom pedaço – segundos preciosos sobretudo na hora de fugir.
“A sorte que tivemos é que nossa unidade era comandada por um sargento super experiente, com 5 anos de guerra nas costas.  Ele sabia exatamente onde dava para parar e atirar, e onde não adiantava fazer nada. Se não dava, mandava recuar sem escrúpulos. Era um sujeito decente. Já estava tudo no fim mesmo, tudo perdido, por que ficaríamos lá marcando posição? Mas mesmo com esses cuidados, lembro que na nossa unidade, além dos mortos, uns 5 soldados simplesmente sumiram, nunca soubemos se foram atingidos, levados prisioneiros…”

Os dias finais da guerra

“Quando terminou a guerra nossa unidade já tinha recuado centenas de quilômetros e se deslocado para o outro lado; estávamos perto do porto de Hamburgo. A Alemanha estava sendo tomada pelos russos ao leste, e pelos demais aliados a oeste. Então o comandante chegou para nós e disse: “A guerra está acabando, agora é cada um por si. Juntem todo o armamento, coloquem uma dinamite no meio e explodam. Joguem fora os uniformes, procurem roupas de ‘paisano’ e tentem ir para suas casas.” Porém, pouco tempo depois fomos presos pelos ingleses, que estavam avançando na região.
“Era tanta gente presa que era impossível que arrumassem comida e água para todos, e durante uns dez dias chegamos a ficar com apenas um copo de água diário. E os ingleses não fizeram muita questão de organizar nada, nem olhavam na nossa cara. Quem trabalhava para cuidar de nós e dos demais prisioneiros eram pessoas de origem negra – imagino que eram oriundos das colônias inglesas, como a África do Sul e Nigéria – e eles  também não eram bem vistos pelos ingleses. Mas foram esses que nos ajudaram. Esforçavam-se muito para trazer alguma comida e água.
“Depois de alguns dias, iniciaram a soltura dos presos, começando pelos mais velhos e pelos mais novos. Iam chamando os grupos de acordo com o ano de nascimento: 1926, 1925, 1924, etc. Lembro que quando chamavam nascidos em determinados anos quase não havia prisioneiros, a maioria havia morrido. Eram pessoas que já estavam fazendo o serviço militar obrigatório quando a guerra começou, e desses praticamente não sobrou quase nenhum. Sobreviver a um mês de guerra já é difícil, imagina dois, três…um ano, dois anos… A minha sorte é que eu não tinha idade quando tudo começou, e da minha idade havia sobrado mais ou menos a metade do contingente.”

A Alemanha em ruínas

“Depois de soltos, cada um buscou o caminho de casa – a pé, pois não havia nenhum meio de transporte funcionando. O país estava um caos. Eu peguei a estrada em direção a Dresden, e caminhei para lá junto com um grupo de judeus, recém saídos de um campo de concentração – nós caminhamos por 5 dias. Por incrível que pareça, consegui achar minha casa e minha família. A região central da cidade havia sido praticamente aniquilada durante várias ondas de bombardeio dos aliados – eles  jogaram até barris de fósforo, para queimar tudo mesmo -  mas os bairros dos arredores, onde ficava minha casa, não foram tão atingidos. Porém, nenhum dos meus amigos que tinha ido para o front voltou. Inclusive perdi dois tios e dois primos, que nunca voltaram da Rússia. Nessa hora você fica com muita pena sobretudo das mulheres com filhos pequenos. Nós adultos sofremos quando ficamos sem comida, mas depois vamos nos acostumando. Mas criança pequena não, e isso é muito triste.”

O dia seguinte

“Depois as coisas foram se ajeitando aos poucos. Quando dividiram a Alemanha, Dresden ficou do lado soviético, e bem no quarteirão da minha casa o NKVD (3) instalou uma de suas bases. A vantagem com isso é que fecharam um perímetro muito grande ao redor, e ninguém chegava perto, ficamos bem seguros… E aos poucos fomos nos acostumando com a presença dos russos: na verdade, nunca tivemos nenhum problema com eles, eram gente boa! E aí você vê a estupidez daquela guerra: tanta gente morta, e no final eram pessoas iguais a nós.
“Mas lembro-me que um dia estávamos num baile que era só de alemães – os russos tinham ordens de não se misturarem conosco – e  em determinado momento entraram alguns oficiais do Exército Vermelho. Eles se sentaram e começaram a beber, e nós nem ligamos, deixamos eles lá bebendo à vontade. Mas algum tempo depois surgiram pela porta agentes do NKVD, que começaram a berrar e espancar esses oficiais com coronhadas de revolver e de fuzil, na frente de todo mundo. Humilharam eles na nossa frente. Depois saíram arrastando-os para fora, jogaram eles dentro do caminhão e foram embora. Eu fico lembrando disso e acho engraçado esse pessoal hoje em dia que tem pena de delinquente… se eles soubessem como era o cotidiano daquela época…”
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Aqui termina o relato gravado. Quando o Sr. Ary estava contando essa parte da história, um dos aviões acrobáticos decolou e começou a manobrar sobre nós, e tanto ele quanto eu desviamos o foco para prestar atenção no voo. Ao retornar a conversa, ele me contou como sua vida foi se reestruturando: depois de três anos (em 1948) ele e a família embarcaram em um navio do Lloyd Brasileiro, retornando novamente ao Brasil. A viagem de volta foi narrada por ele em um diário recheado de fotos e ilustrações, com algumas páginas que são uma verdadeira obra de arte.
Chegando ao Paraná, ele se incorporou ao Exército Brasileiro, ao qual serviu durante um tempo, e após seu desligamento envolveu-se em diversas atividades relacionadas ao voo, inclusive ajudando a fundar a IPE Aeronaves e a Estância Teimoso, condomínio aeronáutico no qual reside até hoje.
 
 
 
 
 
As fotos em preto e branco foram cedidas por Ary Schnaibel.
Colaborou: Thiago dos Santos Dias
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Notas:
(1) Força Aérea Alemã
(2) Juventude Hitlerista – instituição de alistamento obrigatório que visava treinar e doutrinar jovens para as atividades civis e militares do “Reich”.
(3) Sigla para “Narodnyy Komissariat Vnutrennikh Del“, ou “Comissariado do Povo para Assuntos Internos”. Era a polícia responsável pela segurança política do Estado soviético, e que mais tarde se transformaria na KGB (Comitê de Segurança do Estado)
Fonte : Aeromagia
 
 
 
 

 
 
 
 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Aeronaves sucateadas desmonte será retomado em agosto.

 
A Corregedoria Nacional de Justiça programou para 2 de agosto o próximo desmonte de aeronaves de grande porte que estão sucateadas e paradas nos aeroportos brasileiros. O corregedor nacional de Justiça, ministro Francisco Falcão, participará de cerimônias em Salvador/BA e Recife/PE que marcarão o início dos desmontes de cinco aeronaves pertencentes à massa falida da Vasp.
A iniciativa faz parte do programa Espaço Livre, criado em fevereiro de 2011 com a finalidade remover dos aeroportos toda a sucata de aviões pertencentes a empresas aéreas que faliram nos últimos anos e que ainda ocupam espaços nos terminais. O programa busca unir as diversas autoridades envolvidas na questão e buscar soluções para a retirada das aeronaves dos pátios e hangares dos aeroportos.
Com o desmonte das cinco aeronaves da Vasp (modelos Boeing 737-200), o Aeroporto Internacional de Salvador Deputado Luís Eduardo Magalhães e o Aeroporto Internacional de Recife Gilberto Freyre estarão livres dos restos de aeronaves deixadas por empresas aéreas falidas ou em processo de recuperação judicial. Restarão 36 aviões abandonados em sete aeroportos brasileiros, localizados nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Minas Gerais, Maranhão e também no Distrito Federal. Desde o início do programa, 19 aeronaves de grande porte foram desmontadas, leiloadas ou removidas.
No último dia 15 de maio, o ministro Francisco Falcão e o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, desembargador Ivan Sartori, reuniram-se na sede do TJSP com representantes da Infraero e das concessionárias responsáveis pela administração dos aeroportos. O encontro deu início à elaboração do cronograma de desmontes do segundo semestre de 2013. Novo encontro está previsto para os próximos dias, em Brasília/DF, com o objetivo de definir as novas ações do programa.
Tatiane Freire
Agência CNJ de Notícias
 

terça-feira, 14 de maio de 2013

UMA FORMA DE ENTENDER DEUS.

 
Estas palavras são de Baruch Spinoza, filósofo, que viveu no século XVII. Este texto foi chamado de "Deus segundo Spinoza" ou "Deus falando com você"...

"Pára de ficar rezando e batendo no peito. O que eu quero que faças é que saias pelo mundo, desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pára de ir a estes templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nas praias. Aí é onde eu vivo e expresso o meu amor por ti.
Pára de me culpar pela tua vida miserável; eu nunca te disse que eras um pecador.
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada tem a ver comigo.
Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar dos teus amigos, nos olhos de teu filho... não me encontrarás em nenhum livro...
Pára de tanto ter medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem me incomodo, nem te castigo.
Eu sou puro amor. Pára de me pedir perdão.
Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio.
Como posso te castigar por seres como és, se sou Eu quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos os meus filhos que não se comportam bem pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso? Esquece qualquer tipo de mandamento, são artimanhas para te manipular, para te controlar, que não queiras para ti.
A única coisa que te peço é que prestes atenção à tua vida; que teu estado de alerta seja o teu guia. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Pára de crer em mim... crer é supor, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas teu filho, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho de mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, da tua saúde, das tuas relações, do mundo.
Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar. Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro...aí é que estou, dentro de ti."

Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu: "Acredito no Deus de Spinoza que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa em premiar ou castigar os homens".
 
 
 

domingo, 7 de abril de 2013

A MAÇONARIA NA ILHA DOS IRMÃOS CASTRO!!!


 ( sic )
A maçonaria cubana é a única no mundo tolerada por um regime totalitário. O que está por trás disso: Papel dos confrades maçons na Revolução ou a afiliação dos próprios irmãos Castro?
 
 
 
Numa loja maçônica em Cuba o rito da corrente de força, representada pelas mãos dadas e os braços cruzados dos confrades, é símbolo evidente da união e do poder maçônicos. A confraria se prepara para desempenhar papel importante no futuro do país. Foto: Mauro D'Agati, La Repubblica.
Cuba é o único caso de país de regime marxista duro que tolera em todo o seu território uma importante sociedade secreta de fundo esotérico: a maçonaria. Hoje, na bela e conturbada ilha de Fidel e Raul, florescem nada menos que 318 lojas maçônicas, freqüentadas abertamente por cerca de 30 mil membros inscritos. Números bastante altos para um país de população tão pequena. A santeria - culto afro-cubano primo-irmão dos nossos candomblé e umbanda - é, em Cuba, o único outro sistema de poder esotérico capaz de concorrer com a maçonaria em termos de existência razoavelmente livre e solta.
Várias histórias correm na ilha, tanto nos meios maçônicos quanto fora deles, para explicar essa curiosa tolerância. Alguns dizem que Fidel e Raul são maçons, mais provavelmente o segundo. Outros afirmam que se trata de um dever de gratidão: durante a revolução cubana, Fidel Castro teria se refugiado numa loja maçônica, onde encontrou abrigo e proteção. Por isso, ele nunca fechou nem um único templo maçônico nem perseguiu os seus membros.
 
 
O imponente Edifício Maçônico, epicentro das atividades da confraria em Cuba, localizado na Avenida Salvador Allende, no centro de Havana.
O fato é que, hoje, a Grande Loja de Cuba - epicentro das atividades da organização no país - é inteiramente regular e reconhecida pela maioria das grandes lojas maçônicas ao redor do mundo.
Fato incontestável, e que talvez tenha a ver com essa tolerância, é que a própria independência de Cuba foi alcançada em boa parte graças à ação de maçons franceses e cubanos. A maçonaria surgiu em Cuba em 1763, a partir de lojas militares inglesas e irlandesas. Quando os ingleses partiram, chegaram os franceses, aos milhares, fugidos da revolução no Haiti em 1791. A primeira loja realmente cubana foi o Templo das Virtudes Teológicas, fundada em Havana em 1804 pela Grande Loja da Luisiana.
O que torna única a presença da maçonaria em Cuba é o papel que ela desempenhou durante as três décadas de luta pela independência do jugo espanhol entre 1868 e 1895. Os três grandes líderes revolucionários - José Martí, Antonio Maceo e o "pai da nação" Carlos Manuel de Céspedes eram, todos eles, maçons. Historiadores dizem hoje que foi impossível para os revolucionários comunistas varreram para embaixo do tapete a afiliação maçônica desses três heróis nacionais. Mas a verdade é que pouco ou nenhum esforço foi feito nesse sentido. A imensa maioria dos presidentes cubanos, começando por Carlos Manuel de Céspedes, foram maçons.
 
 
Ritual em loja maçônica localizada no interior de Cuba. No estandarte verde lê-se a data da sua fundação: 3 de dezembro de 1964.
Há outras características curiosas no comportamento da maçonaria no seio da sociedade cubana. Claro, ela é monitorada pelo governo que quase certamente mantém agentes e informantes infiltrados no interior das lojas. Mas são muito raras as intervenções abertas ou as limitações impostas aos cultos. Para manter esse confortável estado de coisas, os líderes maçons cubanos preferem não adotar posições de confronto com as políticas do regime. Apesar disso, eles recebem de braços abertos em seus quadros um grande número de dissidentes.
Após o esfacelamento da União Soviética – que era o maior parceiro comercial de Cuba – o governo cubano facilitou ainda mais as coisas para a maçonaria, autorizando-a a participar de cerimônias públicas e a abrir várias novas lojas. Todavia, o funcionamento regular de todas as lojas maçônicas ainda está sujeito à permissão por parte das autoridades, e a publicação de livros e panfletos maçônicos é bastante restrita pelos serviços de censura governamental.
 
 
No alto do Edifício Maçônico, o símbolo da Régua e Compasso encimam um enorme globo terrestre.
A Grande Loja de Cuba, conhecida popularmente como o Edifício Maçônico, foi construída por volta de 1955 para as funções de Templo e sede central das entidades maçônicas de Cuba e chegou a albergar a Universidade Maçônica. Trata-se de um edifício imponente, incluído entre as obras arquitetônicas mais significativas da cidade de Havana. Encontra-se na atual Avenida Salvador Allende, no centro da capital cubana. Sem esquecer que o chileno Salvador Allende, amigo e aliado dos irmãos Castro, era maçom convicto.
Há pouco, a jornalista italiana Anna Lombardi, do jornal La Repubblica, conseguiu um feito inédito: visitar a Grande Loja de Cuba, em Havana, e vários outros templos maçônicos na ilha. Mas não apenas: Lombardi entrevistou líderes maçons cubanos e participou de rituais fechados da confraria. Seu saboroso relato foi publicado na revista "Il Venerdì di Repubblica", edição nº 1301, de 22 de fevereiro. Aqui segue o seu artigo:
 
 
Um dos salões da Loja Maçônica na cidade de Banes
AS LOJAS DE CUBA - Assim sobrevivem os maçons na ilha de Fidel
Por: Anna Lombardi (La Repubblica, Itália).
Um edifício numa aldeia perdida na Sierra Maestra, na porta os símbolos maçônicos do esquadro e compasso: dizem que em 1956 nela se esconderam Fidel Castro e seus barbudos apenas desembarcados do Granma. E foi exatamente no interior dessa velha loja maçônica de montanha que o futuro Líder Máximo criou aquele Movimento 26 de Julho que em poucos anos teria varrido para longe a ditadura de Fulgêncio Batista,inspirando-se nos ensinamentos de José Martí, o herói cubano pai do movimento independentista da ilha. Herói e maçom. Como outros revolucionários latino-americanos (e não apenas) do final do oitocentos: de Benito Juarez a Simon Bolívar. Dizem ser por isso que, uma vez no poder Fidel, em reconhecimento, tolerou a maçonaria: confraria misteriosa (os afiliados preferem defini-la "discreta") que em todo o mundo compartilha ritos e símbolos naquilo que define "incansável busca da verdade".
Claro, muitas histórias são contadas em Havana. Que a tolerância de Fidel para com a maçonaria deve-se ao seu afeto por um seu professor maçom. Que o padre Angel, famoso proprietário de terras, era um afiliado. Que se trata de um gesto de respeito a seu amigo Salvador Allende, também maçom. Até algumas teorias direitistas, das quais a Internet está cheia, segundo as quais o próprio Fidel é um iniciado. Ou, pelo menos, o seu irmão Raul...
 
Diploma de afiliação à Loja Minerva, uma das mais importantes de Cuba.
Qualquer que seja o segredo que se esconde por trás da complacência dos Castro em relação à confraria, é certo que a cubana é a única maçonaria tolerada por um regime totalitário. Foram os franceses em fuga da revolta dos escravos no Haiti em 1791 a levá-la para Cuba.
Mas já em 1859 Cuba se orgulhava de possuir uma loja autônoma, a mesma que opera até hoje. Ela escapou inclusive à homologação cultural pós revolução que aconteceu em 1959, embora alguns "irmãos" tivessem proposto a sua dissolução, sob a alegação de que "no novo contexto político certos ideais não tinham mais razão de existir". O Grão Mestre daquela época fugiu para a Flórida com todo o seu estado-maior, e a partir de Miami passou a lançar anátemas sobre seus confrades que permaneceram na ilha, desencorajando-os de eleger um novo chefe.
Flechas que caíram ao mar: hoje, na ilha, existem 318 lojas frequentadas por mais de trinta mil afiliados. O número tem aumentado ultimamente: "Depois da queda do Muro de Berlim" contou um ex grão mestre ao New York Times "muitos jovens vieram a nós em busca de respostas que o Estado não tem condições de dar. Eles nos identificam como exemplo social: não discutimos política nem religião".
Diz Mark Falcoff, experto em América Latina da revista Foreign Affairs, que foi exatamente esse fator que permitiu à maçonaria cubana manter sua autonomia. Evitando a política, a organização pode discutir temas "incômodos" como o aborto e a globalização. E pode acolher em suas fileiras muitos dissidentes do regime: dos 75 presos durante a Primavera Negra, a onda repressora de 2003 que mirou jornalistas, sindicalistas e outros opositores, doze eram maçons. "Mas a Loja não foi envolvida no caso", contou um deles, o jornalista Jorge Olivera ao jornal Chicago Tribune.
Oficialmente, o governo elogia a maçonaria por estar ligada aos momentos mais nobres da história cubana. Mas a Grande Loja precisa de qualquer modo pedir permissão para qualquer coisa: desde depor uma coroa de flores aos pés da estátua de José Martí até a publicação de um simples manual ritual. Em privado, seus membros se lamentam da presença de infiltrados, fazendo aceno a ameaças veladas quando um estrangeiro frequenta um tanto em excesso a Loja. Mas todos pensam que, no futuro, a maçonaria terá um papel importante no processo de reconciliação das diversas almas do país.
 
Loja maçônica Verdad, na cidade cubana de Matanzas.
Certo, nem todas as lojas gozam de boa saúde. Muitas, sobretudo as que estão muito distantes da capital, estão em ruínas. Mas todas citam o Grande Templo Nacional Maçônico, um edifício de onze andares coroado por um esquadro e compasso, situado no número 508 da Avenida Salvador Allende, em Havana. Quando foi inaugurado, em 1955, era um dos mais modernos de Cuba. E um dos mais ricos, como testemunham ainda hoje os pequenos sofás de couro azul ou as colunas encimadas por globos luminosos. É aqui que acontecem os ritos coletivos. É aqui, entre essas paredes, medalhas e espadas, que o Grão Mestre e o Grão Secretário mantêm os seus escritórios. Há também um museu, uma biblioteca aberta ao público e um asilo que abriga os maçons idosos e administra as doações – sobretudo medicamentos – enviadas pelas lojas americanas e europeias.
Nos subterrâneos se localiza a escura "câmera de reflexão": nela, em companhia de esqueletos e outros símbolos da vanitas (vaidade) humana, o aspirante a iniciado começa o seu aprendizado. "Morre" para depois renascer para uma nova vida no interior da comunidade. Um ritual simbólico que, no país da santeria, o culto sincrético que une elementos africanos a elementos católicos, foi enriquecido com passagens ainda mais macabras.
 
Monumento funerário maçônico em cemitério de Havana.
Mas pode ter sido exatamente esse mix o fator que suscitou, ulteriormente, o favor dos Castro. Os irmãos sempre usaram os símbolos da santeria a seu favor. Como aconteceu em 1959 - uma semana depois da fuga de Batista - quando Fidel, durante um comício, fez com que duas pombas brancas - símbolos de Obatalá, versão local de Cristo - pousassem sobre seus ombros.
Santeria e maçonaria, em resumo, para obter consenso na Cuba pós Revolução. A primeira, útil para fascinar a população afro-americana, pouco representada no regime. A segunda, útil para garantir a simpatia da esquerda latino-americana. Foice e martelo de um lado, régua e compasso do outro.
 
Enviado pelo ir.'. Alexandre Braun
 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Mensagem do Grão Mestre da grande loja do paraná.

 
 
Mensagem do Grão Mestre
"Sei de uma criatura antiga e formidável, Que a si mesma devora os membros e as entranhas, Com a sofreguidão da fome insaciável. Habita juntamente os vales e as montanhas; E no mar, que se rasga, à maneira do abismo, Espreguiça-se toda em convulsões estranhas. Traz impresso na fronte o obscuro despotismo; Cada olhar que despede, acerbo e mavioso, Parece uma expansão de amor e egoísmo. Friamente contempla o desespero e o gozo, Gosta do colibri, como gosta do verme, E cinge ao coração o belo e o monstruoso. Para ela o chacal é, como a rola, inerme; E caminha na terra imperturbável, como Pelo vasto arealum vasto paquiderme. Na árvore que rebenta o seu primeiro gomo Vem a folha, que lento e lento se desdobra, Depois a flor, depois o suspirado pomo. Pois essa criatura está em toda a obra: Cresta o seio da flor e corrompe-lhe o fruto, E é nesse destruir que as suas forças dobra. Ama de igual amor o poluto e o impoluto; Começa e recomeça uma perpétua lida; E sorrindo obedece ao divino estatuto. Tu dirás que é a morte; eu direi que é a vida."
Machado de Assis
Iniciamos as atividades da Grande Loja do Paraná dentro de um clima envolvido pelo contraste que nos proporciona a morte e a vida. Pelo contraste advindo da demonstração do interesse e pelo descaso. Pelo encontro da felicidade e pela decepção que a tristeza carrega consigo.
A família maçônica ficou menor. No desastre que foi o incêndio havido em Santa Maria, Rio Grande do Sul, os desígnios do GADU fizeram com tivéssemos subtraídos de nosso convívio, dentre os cerca de 240 jovens convocados a comporem o seu Oriente, cinco, duas Filhas de Jó e três DeMolays, que viviam, com a sua alegria e com a sua felicidade, fazendo brilhar as vidas dos Tios e Tias.
A impactante morte destes jovens faz com que se reinicie a ladainha que sempre sucede as tragédias, tratando-se do rigor que se deveria ter em relação a tantas coisas que nos cercam, que nos envolvem e que são, às vezes desprezadas, às vezes objeto da omissão decorrente da negligência ou da deletéria corrupção.
Não precisamos de regras. Sabido, à saciedade, que temos um dos maiores volumes de Leis e de regras que se possa imaginar para a organização de um País.
O que nos falta é a disposição de que cada um as observe e as cumpra.
O que nos falta é a indignação ante a constatação de que a quebra das regras e, principalmente, a corrupção, eliminam o princípio da igualdade entre os Cidadãos e distorcem todos os meios de convivência na Comunidade.
Nos assusta o fato de que, mesmo deparando-nos com a morte desnecessária, advinda da não observação das regras, legais e técnicas, todo o sistema mostre-se insensível, reconduzindo à Presidência da Câmara Alta de Leis, o Senado Federal, alguém que já demonstrou pouco caso com a moral e com a ética, sejam observados como meio, ou como fim, como argumentou o personagem, esquecendo-se que, se a moral é adaptável aos tempos, baseia-se na ética, que, nem meio e nem fim, é um PRINCÍPIO basilar a ser observa-do.
Que o sacrifício inadmissível de nossos jovens, como o foi em Santa Maria, não sirva apenas para justificar os discursos e as retardadas ações fiscalizadoras agora desencadeadas, que mais do que demonstrar preocupação, apenas confirmam o descaso com que somos sempre tratados.
Que este sacrifício seja o toque definitivo em nossas consciências, trazendo-nos indignação suficiente para fazer com que o nosso País não precise mais ter uma "Lei da Ficha Limpa", pois mais do que suficiente será a demonstrada vontade do Povo, para fazer com que os "Fichas Sujas" tenham vergonha de assumir funções de relevo na condução de nossos destinos.
 
Iraci da Silva Borges
Grão Mestre