Três AMT-600, de R$ 200 mil, estão sob chuva e
poeira desde 2010.
Em MG, outros quatro modelos, comprados pelo antigo DAC, estão sem uso.
Em MG, outros quatro modelos, comprados pelo antigo DAC, estão sem uso.
Aviões
novos, comprados pelo governo federal, estão abandonados há quase dois anos em
meio a grama alta, sujeira, pó e insetos. Três modelos de instrução AMT-600
Guri, de propriedade da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e que, segundo
o fabricante, valem R$ 200 mil cada um, estão parados sem abrigo no Aeroporto
de Jacarepaguá, no Rio de
Janeiro, desde setembro de 2010.
Mais cinco aviões de instrução Aero Boero, também de
propriedade da Anac e comprados cada um por R$ 150 mil na década de 90, estão
abandonados no Aeroclube de Juiz de Fora (MG), junto a carcaças e aeronaves com
defeitos.
Os modelos AB-115, de prefixo PP-GAR, PP-GCV, PP-GJS, PP-FKT e PP-FHQ, estão em uma área de grama e terra do aeroclube desde novembro de 2004. A última aeronave foi colocada lá em março de 2005, segundo a Anac.
Os modelos AB-115, de prefixo PP-GAR, PP-GCV, PP-GJS, PP-FKT e PP-FHQ, estão em uma área de grama e terra do aeroclube desde novembro de 2004. A última aeronave foi colocada lá em março de 2005, segundo a Anac.
A agência diz que as aeronaves foram adquiridas pelo antigo
Departamento de Aviação Civil (DAC), da Aeronáutica, extinto em 2006, quando a
agência foi criada, e foram incorporadas ao patrimônio da Anac. O órgão afirma
que ainda estuda a melhor forma de destinação dos modelos para a aviação de
instrução.
O último diretor do DAC, brigadeiro Jorge Godinho, diz
desconhecer a destinação das aeronaves depois que o órgão foi extinto. Ele
lembra que, na época, elas eram compradas pela Aeronáutica e cedidas para
aeroclubes buscando incentivar a formação de novos pilotos e mecânicos.
“Em contrapartida, os aviões tinham de ser mantidos em condições aeronavegáveis, pois fiscalizávamos isso através dos nossos serviços regionais”, afirma.
Doação para aeroclubes
O fabricante dos Guris vê como um desperdício o abandono. “Começamos a produzir este modelo a partir de 1986 para o antigo DAC, quando houve uma decisão do governo de substituir o Paulistinha, que era o avião de instrução mais difundido no país, e renovar a frota dos aeroclubes”, lembra o engenheiro Claudio Barreto Viana, presidente da Aeromot (fábrica gaúcha que produz o AMT-600).
“Entregamos os primeiros 17 Guris ao DAC ainda no governo de José Sarney (1985-1990) e depois o modelo sofreu transformações. As autoridades na época decidiram comprar também o Aero Boero, que é da Argentina e era mais barato, buscando fazer parceria com o país vizinho”, recorda Viana.
“Em contrapartida, os aviões tinham de ser mantidos em condições aeronavegáveis, pois fiscalizávamos isso através dos nossos serviços regionais”, afirma.
Doação para aeroclubes
O fabricante dos Guris vê como um desperdício o abandono. “Começamos a produzir este modelo a partir de 1986 para o antigo DAC, quando houve uma decisão do governo de substituir o Paulistinha, que era o avião de instrução mais difundido no país, e renovar a frota dos aeroclubes”, lembra o engenheiro Claudio Barreto Viana, presidente da Aeromot (fábrica gaúcha que produz o AMT-600).
“Entregamos os primeiros 17 Guris ao DAC ainda no governo de José Sarney (1985-1990) e depois o modelo sofreu transformações. As autoridades na época decidiram comprar também o Aero Boero, que é da Argentina e era mais barato, buscando fazer parceria com o país vizinho”, recorda Viana.
Um outro contrato, para a venda de mais 20 Guris, foi
fechado com o DAC no início da década. As últimas aeronaves foram entregues
para a Anac entre 2005 e 2010.
“A Anac resolveu mudar a política de mais de 60 anos do DAC, que era incentivar a formação de novos pilotos através da doação dos aviões para treinamento. Agora, alguns aeroclubes querem comprar, mas, para eles, é quase impossível um financiamento”, diz Viana.
A Anac afirma que uma comissão especial foi criada para fazer um levantamento de todas as aeronaves da agência que estão abandonadas, analisar sua destinação e os procedimentos para que sejam cedidas.
Segundo a agência, os modelos que estão parados no Aeroporto de Jacarepaguá serão transferidos para o pátio do centro de treinamento da Anac, no Rio de Janeiro, mas é necessário autorização da Infraero, empresa que administra os aeroportos, para movimentação.
O G1 fez um questionamento à Infraero sobre o fato desta solicitação já ter sido ou não feita, mas até a publicação desta reportagem não houve resposta.
“A Anac resolveu mudar a política de mais de 60 anos do DAC, que era incentivar a formação de novos pilotos através da doação dos aviões para treinamento. Agora, alguns aeroclubes querem comprar, mas, para eles, é quase impossível um financiamento”, diz Viana.
A Anac afirma que uma comissão especial foi criada para fazer um levantamento de todas as aeronaves da agência que estão abandonadas, analisar sua destinação e os procedimentos para que sejam cedidas.
Segundo a agência, os modelos que estão parados no Aeroporto de Jacarepaguá serão transferidos para o pátio do centro de treinamento da Anac, no Rio de Janeiro, mas é necessário autorização da Infraero, empresa que administra os aeroportos, para movimentação.
O G1 fez um questionamento à Infraero sobre o fato desta solicitação já ter sido ou não feita, mas até a publicação desta reportagem não houve resposta.
Sobre a destinação dos Aero Boero abandonados em Juiz de
Fora, a Anac diz que notificará o aeroclube, que é “cessionário dos bens”, para
que haja a manutenção e colocação em lugar adequado, sob pena de aplicação de
sanções.
O presidente do aeroclube, Douglas Fedóceo, diz que está em contato com a Anac em busca de um destino para as aeronaves.
"Eu mesmo notifiquei a Anac em junho de que os Aero Boero estavam me tomando espaço e eu precisava dos hangares para locação. Quando o DAC foi extinto, estes aviões vieram dos aeroclubes do interior. Foram trazidos para Juiz de Fora e Maricá e ficaram aí", afirma Fedóceo.
"Eu não quero mais estas aeronaves, não nos interessa mais a cessão. O acordo era que viria dinheiro para recuperá-las, e isso não ocorreu até agora. A Anac já me respondeu que irá buscar uma solução para o problema: tirá-las de lá ou fazer um leilão", acrescenta o presidente do aeroclube de Juiz de Fora. Segundo ele, apenas três unidades de Aero Boero ainda estão em condições de voo. Há ainda outras sete carcaças ou aviões defeituosos no local.
Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/07/avioes-novos-da-anac-estao-abandonados-ha-dois-anos-no-rio.html
O presidente do aeroclube, Douglas Fedóceo, diz que está em contato com a Anac em busca de um destino para as aeronaves.
"Eu mesmo notifiquei a Anac em junho de que os Aero Boero estavam me tomando espaço e eu precisava dos hangares para locação. Quando o DAC foi extinto, estes aviões vieram dos aeroclubes do interior. Foram trazidos para Juiz de Fora e Maricá e ficaram aí", afirma Fedóceo.
"Eu não quero mais estas aeronaves, não nos interessa mais a cessão. O acordo era que viria dinheiro para recuperá-las, e isso não ocorreu até agora. A Anac já me respondeu que irá buscar uma solução para o problema: tirá-las de lá ou fazer um leilão", acrescenta o presidente do aeroclube de Juiz de Fora. Segundo ele, apenas três unidades de Aero Boero ainda estão em condições de voo. Há ainda outras sete carcaças ou aviões defeituosos no local.
Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/07/avioes-novos-da-anac-estao-abandonados-ha-dois-anos-no-rio.html
Colaborou Janaina Carvalho,
do G1 RJ
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