sexta-feira, 15 de julho de 2011

GRATIDÃO



O homem, por detrás do balcão olhava a rua de forma distraída. Uma
garotinha se aproximou da loja e apertou o narizinho contra o vidro da
vitrine.
Os olhos da cor do céu brilharam quando ela viu determinado objeto.
Entrou na loja e pediu para ver o colar de turquesas azuis. /É para
minha irmã. Pode fazer um pacote bem bonito?/
O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e lhe perguntou:
/Quanto dinheiro você tem?/
Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e
foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão e feliz, disse:
/Isto dá, não dá?/
Eram apenas algumas moedas, que ela exibia orgulhosa.
/Sabe, eu quero dar este colar azul para a minha irmã mais velha.
Desde que morreu nossa mãe, ela cuida da gente e não tem tempo para
ela. É seu aniversário e tenho certeza que ela ficará feliz com o
colar que é da cor dos olhos dela./
O homem foi para o interior da loja, colocou o colar em um estojo,
embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com
uma fita verde.
/Tome, leve com cuidado./
Ela saiu feliz, saltitando rua abaixo.
Ainda não acabara o dia quando uma linda jovem de cabelos loiros e
longos e maravilhosos olhos azuis, adentrou a loja.
Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e
perguntou:
/Este colar foi comprado aqui?/
/Sim, senhora./
/E quanto custou?/
/Ah!/, falou o homem, /o preço de qualquer produto da minha loja é
sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o cliente./
A moça continuou: /Mas minha irmã tinha somente algumas moedas. O
colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagá-lo!/
O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou
a fita e devolveu à jovem dizendo: /Ela pagou o preço mais alto que
qualquer pessoa pode pagar/. /Ela deu tudo o que tinha./
O silêncio encheu a pequena loja, e duas lágrimas rolaram pelas
faces jovens, enquanto suas mãos tomavam o embrulho e ela retornava
ao lar, emocionada.
* * *
Verdadeira doação é dar-se por inteiro, sem restrições.
Gratidão de quem ama não coloca limites para os gestos de ternura.
E gratidão é sempre manifestação dos Espíritos que têm riqueza
de emoções e altruísmo.
Sê sempre grato, mas não espere pelo reconhecimento de ninguém.
A gratidão é dever que não aquece apenas quem a recebe, mas
também reconforta quem a oferece.
 
/ Redação do Momento Espírita com base no texto /O colar de
turquesas azuis,/ do livro /Remotos cânticos de Belém,/ de Wallace
Leal Rodrigues, ed. O Clarim. /
/Disponível no CD Momento Espírita, v. 2, ed. Fep./
/Em 14.07.2011./

Enviado pelo pod .’. Mano e Cmte Navarro

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