A Loja funciona em Templo e toma o nome de Capítulo ou Loja Real.
Cinco são os Oficiais; o Presidente simboliza o rei Salomão e é denominado de Três Vezes Poderoso Mestre; tem assento ao Oriente sob um sofá ricamente ornamentado; na cabeça, uma coroa real e empunha um Ceptro.
O 1o Vigilante é chamado de Grande Vigilante e representa Hiram, rei de Tiro. Tem assento à esquerda de Salomão, ao Oriente; possui coroa que não coloca na cabeça; nas mãos, segura o Ceptro.
O 2o Vigilante chama-se Grande Inspector; tem assento no Ocidente e representa Adonhiram. Usa chapéu e uma Espada desembainhada na mão direita.
O Grande Tesoureiro representa Joabem; coloca-se ao Norte e está coberto por um chapéu.
O Grande Secretário coloca-se ao Sul e representa Stolkin; também está coberto.
O Capítulo representa um subterrâneo, sem portas nem janelas e comunica-se com o exterior por uma abertura quadrangular, feita na Abóboda que se atinge por meio de uma escada; a abertura é fechada por uma escotilha formada por uma pesada pedra- mármore; no centro da tampa, uma grande argola de ferro.
Os muros internos estão pintados de branco; o Pavimento, de quadrado brancos e negros.
No centro da Loja eleva-se, sobre um pedestal quadrangular, uma Pirâmide transparente, de três faces; em cada face, em caracteres hebraicos, está inserido o nome do Grande Arquitecto do Universo, em Tetragrama.
A Pirâmide é iluminada no seu interior por um Candelabro de três braços.
A Abóboda está sustentada por nove Arcos; em cada Arco vem escrito o nome de um Arquitecto, que representa nove denominações de Deus: Jod, Jhao, Ehleah, Eliah, Jareb, Adonai, El-Hanan, Jhao, e Jobel.
A Loja é iluminada por nove luzes afora o Candelabro na parte interior da Pirâmide; oito luzes formam um octógono ao redor do recinto e a nona no Altar, do Presidente.
O Painel é em formato de escudo, com bordos azul-escuro; na parte superior, abrangendo a maior parte do Painel, uma Abóboda subterrânea, dividida em sete partes, com as cores do arco-íris na parte superior, um cabeçote exterior.
O Grau 13 pode ser dado por comunicação mas recomenda-se que a Cerimónia de Iniciação seja realizada.
O Cavaleiro do Real Arco recebe ensinamentos oriundos dos Graus precedentes e visa propagar o ideal da Liberdade de Religião, com o aperfeiçoamento da instrução a todos os povos, com base na Justiça e no Progresso, destacando que a Maçonaria Harmoniza a Honra com o Dever.
O traje é negro com luvas negras.
A idade é de 63 anos, ou seja, sete vezes o quadrado de três.
A Bateria é de cinco golpes.
O início dos trabalhos, ao nascer do Sol; encerramento, no ocaso.
O Avental é todo vermelho; na parte central um Triângulo irradiado, com as bordas douradas e no centro letras em caracteres desconhecidos que conteriam o nome de Deus.
A Faixa é azul-noite e a jóia, um Triângulo vazado, em ouro.
A lenda de Enoque
As Sagradas Escrituras referem-se assim a respeito de Enoque:
“E coabitou Caim com a sua mulher, ela concebeu e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho“
(Génesis 4:17)
“Jarede viveu 162 anos e gerou a Enoque“.
(Génesis 5- 17)
“Andou Enoque com Deus, e já não era, porque Deus o tomou para si“
(Génesis 5:24)
“Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte: não foi achado porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de ter agradado a Deus”.
(Hebreus, 11:5)
A nossa personagem teria sido filho de Jarede e não de Caim; segundo a tradição, viveu no ano 3740 antes da Era Vulgar, e cujo nome significa, em hebraico: “O que muito viu, o que muito sabe”, também é conhecido dos muçulmanos com o nome de Adris que significa “sábio”.
As profecias e maravilhosos relatos de Enoque em que o povo acreditava cegamente, assim, como os seus devaneios e venturosos sonhos estão registrados nas Sagradas Escrituras antigas, vez que nas da actualidade omitem o livro que leva o seu nome.
Durante um desses sonhos, conheceu o verdadeiro nome de Deus, que lhe foi proibido de pronunciar, e noutro sonho, foi-lhe mostrado o cataclisma que em breve assolaria a Humanidade, com o nome de Dilúvio.
Enoque, então, decidiu preservar de catástrofe o verdadeiro Nome de Deus, fazendo-o gravar numa pedra triangular de ágata, em certos caracteres místicos.
Nada se conhecia a respeito da pronúncia daquele Nome, a não ser ele Enoque, por tê-lo ouvido do próprio Deus, que o traçou em hieróglifos misteriosos.
Fez Enoque gravar em duas Colunas, sendo uma de mármore e outra de bronze, os princípios em que se baseavam as ciências e artes da época a fim de que, também, passassem para a posteridade.
Após, fez Enoque construir um templo debaixo da terra, consistindo em nove abóbodas, sustentadas por nove arcos, depositando na mais profunda, o Delta de ágata e na entrada da primeira, duas Colunas, fechando a entrada com uma grande pedra quadrangular, provida de possante argola de metal no seu ceptro para que pudesse ser removida.
Advindo o Dilúvio, todos os habitantes da Terra sucumbiram, excepto Noé e a sua família que passaram a constituir a única espécie humana.
Das Colunas gravadas por Enoque, apenas a de bronze chegou à posteridade, pois a de mármore foi destruída pelas águas.
Nenhum ser humano podia pronunciar o Nome verdadeiro de Deus, antes que fosse revelado a Moisés, no Monte Sinai.
O legislador do povo hebreu mandou fazer uma grande medalha de ouro, gravada com o Nome Inefável, colocando-a na Arca da Aliança, tendo, antes, o cuidado de revelar o seu significado ao seu irmão Arão.
Numa batalha contra o rei da Síria, em que caíram feridos os que a guardavam, perdeu-se a Arca, ficando abandonada na mata.
No entanto, ninguém podia aproximar-se dela sem que um leão que guardava a sua chave, o atacasse e o destroçasse.
Mas numa oportunidade em que o Grande Sacerdote dos Levitas, acompanhado do seu povo, dirigiu-se ao local onde estava a Arca, com o propósito de reavê-la, notaram que a fera vinha ao seu encontro, mansamente entregando-lhe a chave que trazia na sua boca, permitindo que a Arca fosse dali removida.
Este leão significa para nós o emblema do pensamento que se rebela contra a força, porém permite a entrada da Verdade.
A divisa do Grau 13: In Ore Leonis Verbum Inveni quer dizer: “Achei a palavra na boca do leão”, o que indica que devemos proclamar a Verdade e mantê-la como principal qualidade de um povo civilizado.
Na época de Samuel apoderaram-se da Arca os filisteus, fundiram a medalha de ouro, construindo com ela um ídolo Para adoração dos pagãos.
Ficou, novamente, perdido o nome de Deus, para todos, excepto para os reis de Israel, que tradicionalmente, o pronunciavam e sabiam o depósito sagrado feito por Enoque, ainda que desconhecessem o lugar onde o Delta estava oculto.
Transcorreram os anos. David, rei de Israel, concebeu o projecto da construção do Templo de Jerusalém e o seu filho Salomão o executou.
Antes, porém, de consagrar o Templo à Glória do Grande Arquitecto do Universo, quis fazer um esforço supremo para localizar o Triângulo escondido por Enoque.
Com tal objectivo, escolheu três Mestres da sua maior confiança cujo valor e perseverança haviam demonstrado em muitas outras ocasiões, incumbindo-os de pesquisarem a respeito.
Chamavam-se esses três Mestres Eleitos: Adonhiram, Stolkin e Joabem, os quais, após penosas viagens e grandes estudos, lograram descobrir a Abóboda em que o Sagrado Delta estava guardado,
Desde então a representação gráfica inscrita, representando o Nome verdadeiro do Grande Arquitecto do Universo.
Porém, não sabemos pronunciá-lo, porque as águas do Dilúvio destruíram a Coluna de Mármore em que Enoque gravara o Código para decifração daquele Nome Inefável e como devia ser pronunciado por lábios humanos.
Os trabalhos do Grau 13 findam com uma prece:
“Poderoso Soberano Grande Arquitecto do Universo.
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Vos que penetrais no mais recôndito dos nossos corações, acercai-vos de nós para que melhor possamos adorar-vos, cheios de vosso santo Amor. Guiando-nos pelo caminho de Virtude e afastando-nos da senda do vício e da impiedade.
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Possa o selo misterioso imprimir nas nossas inteligências e nos nossos corações o verdadeiro conhecimento de vossa essência e Poder Inefável, e assim como temos conservada a recordação de vosso Santo Nome conservai, também, em nós o fogo sagrado de vosso Santo Temor, principio de toda Sabedoria e grande profundidade do nosso Ser.
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Permiti que todos os nossos pensamentos consagrem-se à grande obra da nossa perfeição, como recompensa merecida dos nossos trabalhos e que a União e a Caridade estejam, sempre, presentes nas nossas Assembleias, para podermos oferecer uma perfeita semelhança com a morada de vossos escolhidos que gozam de vosso Reino para sempre.
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Fortalecei-nos com vossa luz, para que nos possamos separar do mal e caminhar para o bem.
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Que todos os nossos passos sejam para Glória e proveito da nossa aspiração, e que um grato perfume se desprenda do Altar dos nossos corações e suba até vós.
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O Jeová, nosso Deus! Bendito sejais, Senhor. Fazei com que prospere a obra feita pelas nossas mãos, e que sendo vossa Justiça o nosso guia, possamos encontrá-la ao término da nossa vida.
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Amém“.
Rizzardo do Camino
Fonte
- Extraído do livro “Rito Escocês Antigo E Aceito (Graus 1ª Ao 33º)”, Madras
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